A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 2,01% em janeiro deste ano. A saber, a taxa do indicador acelerou em relação a dezembro (1,25%). O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (7).
Com o acréscimo desse resultado, a inflação do IGP-DI acumulada em 12 meses chegou a 16,71%. Embora o índice tenha apresentado uma forte alta no período, a variação ficou bem abaixo da taxa observada nos 12 meses anteriores (26,55%). Já em janeiro de 2021, a o IGP-DI havia subido 2,91%.
“Commodities e combustíveis seguem em aceleração e fazem o índice ao produtor subir 2,57% em janeiro. Apesar da desaceleração registrada no preço do minério de ferro (de 17,62% para 11,33%) ele continua respondendo por parte expressiva do resultado do IPA, 30%”, explicou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA impulsiona IGP-DI em janeiro
De acordo com a pesquisa, o IGP-DI é composto por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Eles respondem por 60%, 30% e 10% da inflação do IGP-DI, respectivamente. E o IPA subiu em janeiro, passando de 1,54% para 2,57%.
Em resumo, o estágio das matérias-primas teve leve alta no mês (4,40% para 4,42%). O segmento foi impulsionado pelos itens soja em grão (0,89% para 5,55%), milho em grão (-0,02% para 8,40%) e algodão em caroço (-0,93% para 4,78%). Por outro lado, os itens minério de ferro (17,62% para 11,33%), bovinos (8,33% para 1,78%) e café em grão (9,16% para 2,45%) caíram no mês.
Já o grupo bens intermediários disparou de -0,03% em dezembro para 2,13% em janeiro. O indicador subiu devido ao subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa subiu de 0,24% para 1,95%.
Da mesma forma, o grupo bens finais acelerou no mês (0,23% para 0,92%), influenciado por combustíveis para o consumo, cuja taxa subiu de -1,56% para 0,94%.
IPC e INCC seguem direções opostas
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 0,57% em dezembro para 0,49% em janeiro. A propósito, quatro das oito classes de despesas do índice tiveram decréscimo no mês: habitação (1,10% para 0,13%), transportes (0,28% para 0,04%), saúde e cuidados pessoais (0,21% para 0,03%) e vestuário (0,97% para 0,76%).
Os recuos destes grupos ocorreram, principalmente, devido ao desempenho dos respectivos itens: tarifa de eletricidade residencial (3,06% para -1,76%), gasolina (-0,36% para -1,12%), plano e seguro de saúde (0,15% para -0,48%) e acessórios do vestuário (0,81% para -0,20%).
Por outro lado, os outros quatro grupos aceleraram em janeiro: educação, leitura e recreação (0,56% para 1,64%), alimentação (0,72% para 1,15%), comunicação (-0,08% para 0,53%) e despesas diversas (0,11% para 0,20%).
Estes avanços aconteceram devido aos itens: cursos formais (0,00% para 6,47%), hortaliças e legumes (-3,73% para 7,87%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,16% para 0,88%) e conselho e associação de classe (0,48% para 2,14%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou em janeiro (0,35% para 0,71%). Em síntese, o comportamento dos três componentes do índice foi o seguinte: materiais e equipamentos (0,69% para 1,08%), serviços (0,60% para 1,39%) e mão de obra (0,00% para 0,26%).
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