A inflação no Brasil em abril atingiu o maior nível para o mês desde 1996. Isso quer dizer que há 26 anos os brasileiros não sofriam com uma alta dos preços de bens e serviços tão forte assim.
Aliás, a elevação de 1,06% foi bem menor que a de março (1,62%), ou seja, houve uma melhora mensal, mas a população ainda sofre com preços muito altos.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação desacelerou para todas as faixas de renda no mês passado. Com isso, os que mais sofreram foram novamente os de renda mais baixa.
Em resumo, a taxa caiu de 1,74% em março para 1,06% em abril para aqueles que possuem renda domiciliar inferior a R$ 1.808,79. Embora tenha recuado fortemente, a taxa continuou como a mais elevada entre as faixas de renda. Veja abaixo todas as variações:
- Renda muito baixa: 1,06%
- Renda baixa: 1,05%
- Renda média-baixa: 1,05%
- Renda média: 1,04%
- Renda média-alta: 1,01%
- Renda alta: 1,00%
Nos últimos 12 meses, a maior taxa também ficou com as famílias de renda muito baixa (12,7%). Já a menor variação foi registrada para as famílias de renda alta (10,8%).
Veja o que pressionou a inflação em abril
De acordo com o relatório do Ipea, o grupo alimentação e bebidas exerceu o maior impacto na inflação para as faixas de renda mais baixas em abril. A saber, os itens deste grupo foram responsáveis por 61% da variação dos preços no mês.
Em suma, os itens que exerceram os maiores impactos na renda da população foram arroz (2,2%), feijão (7,1%), macarrão (3,5%), batata (18,3%), leite (10,3%), frango (2,4%), ovos (2,2%), pão francês (4,5%) e óleo de soja (8,2%), segundo o Ipea.
“Adicionalmente, o aumento de 6,1% dos medicamentos foi o principal fator explicativo da alta do grupo saúde e cuidados pessoais, que se constituiu na segunda maior contribuição à inflação deste segmento”, explicou o instituto.
No caso da faixa de renda mais alta, o grupo transportes respondeu por 60% da inflação em abril. A saber, o grupo refletiu “os reajustes das passagens aéreas (9,5%), do transporte por aplicativo (4,1%), da gasolina (2,5%), do etanol (8,4%) e do diesel (4,5%)”, disse o Ipea.
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