O Indicador de Inflação por Faixa de Renda teve um avanço significativo para todas as faixas durante o mês de setembro. No entanto, ao fazer uma análise mais profunda, foi possível notar que a inflação foi bem mais rigorosa para as famílias mais pobres.
O índice para a população de baixa renda foi de 1,3%, enquanto o público com um poder aquisitivo mais alto ficou em 1,09%. Os dados que apontam uma diferença de 20% foram divulgados nesta sexta-feira, 15, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Veja o acumulado da inflação em 12 meses:
- Renda muito baixa: 10,98%;
- Renda baixa: 10,72%;
- Renda média baixa: 10,64%;
- Renda média alta: entre 10,09% a 9,32%;
- Renda alta: 8,91%.
No período de um mês, a população de baixa renda sofreu com a inflação de 1,2%; enquanto a de renda média baixa foi atingida pelo índice de 1,21% e a de média alta por 1,04%. Uma análise feita pelo instituto apontou que o grupo habitação foi o que mais sofreu pela pressão da inflação aplicada às três categorias de renda mais baixa.
Se tratando das famílias brasileiras de renda muito baixa, existem alguns reajustes de preços que influenciam neste impacto. São eles:
- Conta de luz: 6,5%;
- Gás de cozinha: 3,9%;
- Produtos de limpeza: 1,1%;
- Frutas: 5,4%;
- Aves e ovos: 4%;
- Leites e derivados: 1,6%.
O levantamento mostra que as três faixas de renda mais altas sofreram em dobro o impacto da inflação no mês de agosto. As dificuldades estão relacionadas ao setor de transportes, influenciado pelo reajuste de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de transportes por aplicativo com 9,2%.
Enquanto isso, o maior peso para as famílias de renda muito baixa no acumulado do ano foi, sem dúvidas, o aumento no preço dos alimentos da cesta básica. É o caso da carne que teve um reajuste de 24,9%; as aves e os ovos que estão em 26,3%, o leite e derivados com 9%. O reajuste de 28,8% na energia e de 34,7% no botijão de gás também devem ser observados.
Enquanto isso, as famílias com uma renda maior sentiram os efeitos dos aumentos nos combustíveis em 42%, de 56,8% das passagens aéreas, de 14,1% dos transportes por aplicativo e de 11,5% dos aparelhos eletrônicos.