O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 1,16% em setembro deste ano, ficando 0,29 ponto percentual (p.p.) acima da taxa observada no mês anterior (0,87%). A saber, esse é o maior nível para um mês de setembro desde 1994, quando o índice atingiu 1,53%, época do início do Plano Real. Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Com isso, o indicador passa a acumular alta de 6,90% em 2021. Já nos últimos 12 meses, o avanço é bem mais expressivo, de 10,25%, superando os 9,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (8).
Além disso, a variação do IPCA em setembro deste ano superou em muito a taxa observada no mesmo mês de 2020. À época, a taxa da inflação havia registrado variação de 0,64%, ou seja, o valor ficou quase duas vezes maior neste ano do que em 2020.
Alta da energia elétrica impulsiona IPCA em setembro
De acordo com o IBGE, a aceleração da inflação em setembro refletiu o avanço registrado por oito dos nove grupos pesquisados. Em resumo, o destaque do mês foi o grupo habitação, cuja taxa disparou de 0,68% para 2,56%. Assim, exerceu o maior impacto no IPCA em setembro (0,41 p.p.).
No grupo, o item energia elétrica figurou como o principal responsável por impulsionar a inflação. Ao subir 6,47%, o item exerceu o maior impacto no IPCA em setembro, de 0,31 p.p. Isso quer dizer que a energia elétrica respondeu por 26,72% da variação da inflação no mês passado. Em 12 meses, o item acumula alta de 28,82%.
O grupo transportes também teve forte variação em setembro (1,46% para 1,82%), impactando o IPCA em 0,38%. A saber, os combustíveis exerceram a maior contribuição no mês (0,18 p.p.), impulsionados pelas altas expressivas de gasolina (2,32%) e do etanol (3,79%). Também vale destacar a forte variação do item passagem aérea (-10,69% para 28,19%).
O grupo alimentação e bebidas desacelerou no mês (1,39% para 1,02%), mas continuou exercendo forte impacto no IPCA em setembro (0,21 p.p.). As maiores altas vieram da batata-doce (20,02%), batata-inglesa (6,33%), tomate (5,69%), café moído (5,50%) e frutas (5,39%). Nesse caso, o maior impacto veio das frutas, que contribuíram com 0,05 p.p. da variação da inflação no mês.
Confira as variações dos outros grupos no mês
Em suma, os grupos habitação, transportes e alimentação responderam por 86,2% da variação do IPCA em setembro. As variações dos outros grupos foram as seguintes: artigos de residência (0,99% para 0,90%), despesas pessoais (0,64% para 0,56%), saúde e cuidados pessoais (-0,04% para 0,39%), vestuário (1,02% para 0,31%) e comunicação (0,23% para 0,07%). O impacto destes grupos na inflação variou entre 0,06 p.p. e 0,00 p.p.
Em contrapartida, o único grupo a apresentar uma taxa negativa em agosto foi o de educação (0,28% para -0,01%). A propósito, o grupo não exerceu impacto algum no IPCA em setembro.
Por fim, vale ressaltar que, para a divulgação da prévia da inflação, houve a coleta dos dados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Recife, Salvador, Fortaleza e Belém.
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