O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,54% em janeiro deste ano, ficando 0,19 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa observada em dezembro do ano passado (0,73%). A saber, esse é o maior nível para um mês de janeiro desde 2016, quando o índice atingiu 1,27%. Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Com isso, o indicador elevou a variação acumulada nos últimos 12 meses, que chegou a 10,38%, superando os 10,06% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (9).
Além disso, a variação do IPCA em janeiro deste ano superou em muito a taxa observada no mesmo mês de 2020. À época, a inflação havia variado 0,25%.
A propósito, o IPCA veio levemente acima da mediana das projeções de analistas (0,52%). Embora a inflação tenha desacelerado pelo terceiro mês consecutivo, a taxa acumulada em 12 meses segue em alta.
Alimentação e bebidas exerce maior impacto no IPCA
De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados tiveram variação positiva em janeiro. A única exceção ficou com o grupo transportes, cuja taxa caiu de 0,58% para -0,11%, impactando o IPCA em -0,02 ponto percentual (p.p.).
Por outro lado, o grupo alimentação e bebidas exerceu o maior impacto no índice em janeiro. Em suma, a variação do grupo passou de 0,84% para 0,11% e a influência na inflação chegou a 0,23 p.p.
“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 p.p e 0,03 p.p, respectivamente”, disse André Filipe Almeida, analista da pesquisa.
Confira as variações dos outros grupos no mês
O grupo despesas pessoais acelerou no mês (0,56% para 0,78%) e exerceu o segundo maior impacto no IPCA em janeiro, de 0,08 p.p. Já o grupo artigos de residência apresentou a maior variação mensal (1,37% para 1,82%) e exerceu um impacto de 0,07 p.p. na inflação do país em janeiro.
Em suma, os grupos alimentação e bebidas, despesas pessoais e artigos de residência responderam por 70,4% da variação do IPCA em janeiro.
As variações dos outros grupos foram as seguintes: vestuário (2,06% para 1,07%), comunicação (0,34% para 1,05%), saúde e cuidados pessoais (0,75% para 0,36%), educação (0,05% para 0,25%) e habitação (0,74% para 0,16%). O impacto destes grupos na inflação variou entre 0,05 p.p. e 0,01 p.p.
Por fim, vale ressaltar que, para a divulgação da prévia da inflação, houve a coleta dos dados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Recife, Salvador, Fortaleza e Belém.
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