O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 1,01% em fevereiro deste ano, ficando 0,47 ponto percentual (p.p.) acima da taxa observada em janeiro (0,54%). A saber, esse é o maior nível para um mês de fevereiro desde 2015, quando o índice variou 1,22%. Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Com isso, o indicador elevou a variação acumulada nos últimos 12 meses, de 10,38% para 10,54%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (11).
Além disso, a variação do IPCA em fevereiro deste ano superou a taxa observada no mesmo mês de 2021. À época, a inflação havia variado 0,86%.
A propósito, o IPCA veio levemente acima da mediana das projeções de analistas (0,95%). Vale destacar que a inflação havia desacelerado por três meses seguidos, mas a taxa voltou a ter forte alta em fevereiro.
Educação e alimentação e bebidas exercem maiores impactos no IPCA
De acordo com o IBGE, todos os nove grupos pesquisados tiveram variação positiva em fevereiro. E o grupo educação apresentou o maior impacto no indicador, de 0,31 ponto percentual (p.p.). A inflação do segmento disparou de 0,25% em janeiro para 0,61% em fevereiro.
“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Portanto esse foi o item que teve o maior impacto no mês, com peso de 0,31 ponto percentual”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
O grupo alimentação e bebidas exerceu o segundo maior impacto no índice em fevereiro. Em resumo, a variação do grupo passou de 1,11% para 1,28% e a influência na inflação chegou a 0,27 p.p.
“Em fevereiro, o grupo de Alimentação sofreu impactos dos excessos de chuvas e também de estiagens que prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil”, acrescentou Kislanov.
A saber, estes dois grupos representaram cerca de 57% da variação do IPCA em fevereiro.
Confira as variações dos outros grupos no mês
O terceiro maior impacto no IPCA foi exercido pelo grupo transportes (0,10 p.p.), cuja taxa passou de -0,11% para 0,46%. Em seguida, ficou o grupo habitação, com uma influência de 0,09 p.p. na inflação do país em fevereiro. A variação do grupo oscilou de 0,16% para 0,54% entre os meses.
As variações dos outros grupos foram as seguintes: artigos de residência (1,82% para 1,76%) despesas pessoais (0,78% para 0,64%), saúde e cuidados pessoais (0,36% para 0,47%), vestuário (1,07% para 0,88%) e comunicação (1,05% para 0,29%). O impacto destes grupos na inflação variou entre 0,06 p.p. e 0,01 p.p.
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