De acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (27), o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) recuou mais do que o esperado em abril. Dessa forma, ele passou a apresentar queda de 2,17% em 12 meses. Sendo assim, essa é a primeira vez desde fevereiro de 2018 que a taxa em 12 meses fica negativa!
Uma queda de 0,95% foi apresentada no indicador no mês. Isso aconteceu após ter sido registrada uma variação positiva de 0,05% no mês anterior, contra o recuo esperado pela pesquisa da empresa Reuters, de 0,74%.
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Outros índices
Além do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também apresentou deflação. Ele atingiu 1,45% em abril, depois de cair 0,12% em março. Esse é o índice que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado.
Em contrapartida, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,46% em abril, de 0,66% no mês anterior. Mesmo com essa desaceleração, os preços ao consumidor seguem pressionados pelos reajustes de preços administrados. Nessa caso, podemos exemplificar com a gasolina (2,39%), energia (1,31%) e com os medicamentos (2,02%).
Em adição, os serviços livres também permanecem com a inflação em níveis elevados. É o caso do aluguel residencial, por exemplo, que apresentou uma alta de 1,31% em abril. Dessa forma, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,23%, depois de alta de 0,18% em março. Assim, o IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
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Por que a Inflação do Aluguel fica tão alta?
Como justificativa para o aumento dos preços do aluguel pelo país, podemos indicar 3 razões principais. Dessa forma, é possível apontar o reequilíbrio dos preços no período pós pandemia, a variação de indexadores de aluguel, e também a crescente demanda por imóveis melhor localizados. Confira mais detalhes sobre cada um deles agora!
1- Reajuste de preços após a pandemia
Um dos principais motivos que podem ser apontados em relação ao aumento do preço do aluguel, é o reajuste dos valores no período pós-pandemia em que vivemos. Durante a fase mais severa da pandemia de COVID-19, muitos proprietários acabaram oferecendo descontos e condições especiais aos seus inquilinos. Isso aconteceu pois muitas pessoas perderam o emprego, ou tiveram a sua renda reduzida drasticamente.
Dessa forma, depois que esse período difícil passou, chegou o momento de retomar os valores antigos, e para isso, foi necessário um reajuste. Com a reabertura da economia, os proprietários, que haviam baixado seus preços para manter seu imóvel ocupado, começaram a mexer novamente nos preços para retomar a sua média de rendimento.
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2- Variação de indexadores de aluguel
Outro forte motivo que influencia diretamente no preço dos aluguéis pelo país é a variação encontrada em alguns índices de preço. Isso se deve ao fato de que, também durante a pandemia, parte das negociações também foram feitas para trocar o tradicional Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M, também conhecido como “inflação do aluguel”) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) como indexador nos novos contratos.
Dessa forma, nos momentos mais críticos durante a pandemia, em 2021, o IGP-M chegou a acumular uma variação positiva de mais de 37%. Isso acabou pressionando a alta dos preços das commodities e o avanço da inflação no atacado. Por esse motivo, diversos proprietários que possuíam contratos indexados no IGP-M anteriormente, acabaram optando por substituir o índice pelo IPCA.
É justamente essa escolha pelos contratos indexados pela inflação oficial do país que também ajuda a explicar o aumento dos preços dos aluguéis atualmente. Enquanto o IPCA acumula uma alta de 5,60% nos 12 meses até fevereiro deste ano, o IGP-M teve uma variação positiva de 1,86% durante o mesmo período.
De certa forma, isso também acaba incentivando o proprietário a fazer o repasse de preços ao locador. Uma vez que a inflação sobe, ela reflete na renda do proprietário. Por isso, ele muitas vezes busca repor esses valores perdidos no aluguel.
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3- Demanda maior por imóveis específicos
Para completar, o terceiro motivo que contribui para o aumento dos preços do aluguel é a velha e conhecida dinâmica da oferta e demanda. O início do ano, por exemplo, é uma época marcante nesse caso. Isso se dá pelo fato de que esse é o período onde muitos contratos de locação vencem. Em contraponto, também é o período em que muitos locatários estão em busca de um novo imóvel para viver.
Durante a pandemia, muitas pessoas acabaram transferindo seus trabalhos para a modalidade home office. Dessa forma, sem precisar se locomover até o trabalho, muitos deixaram de se importar se estavam perto da sede da empresa ou não – afinal, não precisavam se dirigir diariamente até o local. Por esse motivo, os imóveis mais distantes dos centros urbanos e mais afastados foram os mais procurados.
Entretanto, com a retomada do trabalho presencial, a distância da moradia com o local de trabalho voltou a ser uma questão importante e que atrapalha a qualidade de vida de muitos. O tempo perdido com a locomoção entre casa e trabalho é um ponto que pesa bastante para muitas pessoas. Dessa forma, a procura por imóveis bem localizados aumento bastante. Assim, podemos destacar a procura por casas ou apartamentos próximos a grandes centros comerciais, pontos de transporte público, entre outros.
Isso também aumentou a busca por imóveis menores – como os kitnets e microapartamentos. Esses são imóveis bem menores e muito compactos, mas muito bem localizados. Geralmente, estão situados em grandes centros, próximos a pontos de ônibus, metrô e demais transportes públicos.
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