Os brasileiros continuam enfrentando preços elevados em diversos setores econômicos. Nesta quarta-feira (30), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) revelou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,74% em março. A saber, este indicador é conhecido como inflação do aluguel.
Em resumo, o índice funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o IGP-M não fica limitado a aluguéis, mas também atinge contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo. Além disso, influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde.
Com o acréscimo do resultado de março, o índice passou a acumular uma variação de 5,49% em 2022 e de 14,77% nos últimos 12 meses. Aliás, o IGP-M subiu mais que o esperado em março devido aos combustíveis, que impulsionaram o indicador. A propósito, os analistas projetavam um avanço de 1,37% no mês.
“Nesta apuração, os combustíveis, cujos preços foram reajustados no dia 11/03, começaram a influenciar os resultados da inflação ao produtor e ao consumidor. O preço do Diesel avançou para 8,89% ao produtor e, o da gasolina, subiu 1,36% ao consumidor”, disse André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.
Guerra na Ucrânia também pressiona inflação
Outro fator que contribuiu para a variação do IGP-M em março foi a guerra entre Rússia e Ucrânia. Em suma, os conflitos no leste europeu fizeram o preço internacional do trigo disparar mais de 46% em apenas um mês. Isso aconteceu porque a Rússia e a Ucrânia respondem por 30% das exportações globais de trigo.
“Os preços do trigo (de 1,69% para 4,90%), da farinha de trigo (de 2,68% para 6,25%) e dos pães e bolos industrializados (de 1,11% para 1,20%) também começaram a registrar aceleração no índice ao produtor”, acrescentou André Braz.
Os legumes também ajudaram a impulsionar a inflação calculada pelo IGP-M em março. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cenoura acumula uma variação superior a 120% nos últimos 12 meses. Já o tomate e o pimentão estão com preços 66% mais elevados do que em 2021.
O FGV Ibre revelou que a inflação de hortaliças e legumes saltou de 7,76% para 13,77% entre fevereiro e março para os consumidores. Em síntese, os problemas climáticos vêm pressionando os preços destes itens nos últimos tempos.
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