O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,95% em outubro deste ano, ficando 0,30 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa observada no mês anterior (1,25%). A saber, esse é o maior nível para um mês de novembro desde 2015, quando o índice variou 1,01%. Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
O índice veio abaixo das estimativas do mercado, que acreditava em um avanço de 1,1% no mês. Embora tenha desacelerado na comparação com outubro, o indicador segue com um variação expressiva tanto em 2021 (9,26%) quanto nos últimos 12 meses (10,74%). Inclusive, a taxa supera os 10,67% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Além disso, a variação do IPCA em novembro deste ano superou levemente a taxa observada no mesmo mês de 2020 (0,89%). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (10)
Gasolina responde por quase metade da variação do IPCA no mês
De acordo com o IBGE, a aceleração da inflação em novembro refletiu o avanço registrado em sete dos nove grupos pesquisados. Em resumo, o destaque do mês foi novamente o grupo transportes, cuja taxa disparou de 2,62% para 3,35%. Assim, exerceu o maior impacto no IPCA no mês passado (0,72 p.p.).
No grupo, o item gasolina figurou mais uma vez como o principal responsável por impulsionar a inflação. Ao subir 7,38%, sétimo avanço seguido, o item exerceu o maior impacto individual no IPCA em novembro, de 0,46 p.p. Isso quer dizer que a gasolina respondeu por 48,4% da inflação no mês passado. Inclusive, o item acumula alta de 50,78% em 12 meses.
O grupo habitação desacelerou levemente no mês (1,04% para 1,03%) e exerceu um impacto de 0,17 p.p. no IPCA em novembro. A energia elétrica continuou impulsionando o grupo, apesar da pouca variação no mês (1,16% para 1,24%). Outro destaque foi o gás de botijão, que registrou a 18ª alta consecutiva. Em 12 meses, acumula alta de 38,88%.
Confira as variações dos outros grupos no mês
Outros cinco grupos tiveram variação positiva em novembro: artigos de residência (1,27% para 1,03%), vestuário (1,80% para 0,95%), despesas pessoais (0,75% para 0,57%), comunicação (0,54% para 0,09%) e educação (0,06% para 0,02%). O impacto destes grupos na inflação variou entre 0,04 p.p. e 0,00 p.p.
Em contrapartida, os dois grupos restantes tiveram taxas negativas em novembro: saúde e cuidados pessoais (0,39% para -0,57%) e alimentação e bebidas (1,17% para -0,04%). Com isso, exerceram impactos de -0,07 p.p. e -0,01 p.p., respectivamente.
Por fim, vale ressaltar que, para a divulgação da prévia da inflação, houve a coleta dos dados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Recife, Salvador, Fortaleza e Belém.
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