O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na terça-feira (16) o seu Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Segundo os dados apresentados, a taxa inflacionária desacelerou em todas as faixas de renda em janeiro.
Em resumo, a inflação para os mais pobres foi novamente a mais elevada. A saber, a taxa ficou em 0,64% para quem possui renda domiciliar inferior a R$ 900. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 10,5%, superando a variação registrada em 2021 (10,1%).
A inflação para quem possui renda baixa (entre R$ 900 e R$ 1.350 no mês) ficou em 0,62%, taxa semelhante a dos mais pobres. Já as variações das outras faixas de renda foram as seguintes: média-baixa (0,58%), média (0,53%), média-alta (0,51%) e alta (0,34%). Isso mostra que a inflação no mês foi bem menor para os mais ricos e mais elevada para os mais pobre.
A propósito, as famílias de renda média-baixa são as que têm entre R$ 1.350 a R$ 2.250. Já as pessoas de renda média possuem entre R$ 2.250 a R$ 4.500, enquanto os de média-alta tem renda entre R$ 4.500 e R$ 9.000. Por fim, as famílias de renda alta têm entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66.
Grupo de alimentos e bebidas exerce maior impacto na inflação
De acordo com o relatório do Ipea, o grupo alimentos e bebidas provocou o maior impacto na inflação para toas as faixas de renda em janeiro. No entanto, o grupo exerceu uma influência bem mais intensa para as famílias de renda muito baixa.
“(…) os expressivos aumentos dos produtos in natura – cenoura (27,6%), laranja (14,9%), banana (11,7%) e batata (9,7%) – além das carnes (1,3%), do café (4,8%) e do óleo de soja (1,4%), fizeram com que a alta do grupo de alimentos e bebidas fosse responsável por quase metade da inflação apurada nesse segmento de renda, em janeiro”, disse o Ipea.
No caso da faixa de renda mais alta, o grupo alimentos e bebidas impactou a inflação em 0,12 ponto percentual (p.p.), mesma taxa do grupo despesas pessoais. Por outro lado, o grupo transportes contribuiu negativamente com os mesmos 0,12 p.p. no mês.
“Além da menor pressão exercida pela alta dos alimentos, a queda dos combustíveis – gasolina (-1,1%) e etanol (-2,8%) –, das passagens aéreas (-18,4%) e do transporte por aplicativo (-18%) fez com que o grupo de transportes trouxesse um forte alívio inflacionário para a faixa de renda alta”, explicou o Ipea.
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