A inflação da indústria brasileira desacelerou em junho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 1,00%, contra alta de 1,81% em maio. E isso aconteceu, principalmente, devido à queda dos minérios de ferro.
Segundo o analistas da pesquisa, Murilo Alvim, “a queda ocorre por conta de uma demanda desacelerada pelo produto, em especial por parte da China, como consequência da política de ‘Covid Zero’ adotada pelo país e que tem freado suas atividades econômicas. E a desaceleração econômica nos Estados Unidos e na Europa também tem impactado o preço da commodity”.
Em junho, as indústrias extrativas registraram uma variação negativa de 2,89%, após a inflação saltar 12,50% no mês anterior. Esse resultado fez o IPP desacelerar em junho. Já as indústrias de transformação tiveram uma variação bastante semelhante a de maio (1,21% para 1,24%).
Em resumo, o IPP analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, medindo a evolução de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação. Com o acréscimo do resultado de junho, a inflação da indústria chegou a 10,12% no acumulado do ano e a 18,78% em 12 meses.
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Produtos derivados do petróleo sobem em junho
Embora a inflação das indústrias extrativas tenha despencado, as indústrias de transformação continuaram com uma variação firme. A saber, isso aconteceu devido aos produtos derivados do petróleo, como o óleo diesel, a gasolina e o querosene de aviação.
“O aumento desses produtos ocorre, em parte, por conta dos maiores preços do petróleo bruto, que está com uma demanda global aquecida desde meados de 2021, mas que não está sendo acompanhada por um crescimento da oferta. Fatores como a guerra entre a Rússia e Ucrânia acabam limitando ainda mais essa oferta mundial”, disse Alvim.
Dentre os produtos citados, o analista destacou que o diesel foi o que mais subiu no mês. Por outro lado, o setor teve a inflação seguradas graças aos preços do álcool, que caíram em junho devido à redução da demanda pelo produto.
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