A inflação da construção civil ficou ainda mais elevada em maio. Após subir 0,87% no mês passado, os preços dos produtos do setor ficaram 1,49% mais caros neste mês. E o cenário complica ainda mais a vida dos brasileiros que pensam em fazer alguma reforma ou estão construindo alguma edificação.
Com o acréscimo desse resultado, a inflação que o setor agora acumula em 12 meses chegou a 11,20%. Embora seja bem expressiva, a variação anual é menor que a inflação do Brasil, que ficou em 12,13% em abril. A saber, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) divulgou os dados nesta quinta-feira (26).
O avanço em maio aconteceu devido ao índice que mede os preços de materiais, equipamentos e serviços, de 1,24% em abril para 1,55%.
Já a inflação referente à mão de obra saltou de 0,46% para 1,43% entre os meses. Isso mostra que os profissionais do setor cobraram mais caro pelo serviço realizado em maio.
Aliás, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 64% dos brasileiros reduziram seus gastos nos últimos seis meses. Em resumo, 34% dos entrevistados deixaram de comprar material de construção no período, maior redução percentual já registrada pela pesquisa.
Guerra na Ucrânia impulsiona preços da construção civil
A guerra na Ucrânia completou três meses no último dia 24. Ainda não há expectativas sobre o fim dos conflitos, que vêm desestabilizando os mercados internacionais e elevando os preços de diversos produtos.
O comércio global sofre com o desequilíbrio da oferta e com a redução da produção de várias commodities, uma vez que a Rússia e a Ucrânia são grandes produtores e exportadores globais destes itens.
Esse cenário afeta a construção civil, que sofre com a falta de insumos do setor e com o encarecimento de preços. Em suma, a pandemia pressiona a construção civil há tempos, e os conflitos no leste europeu agravaram a situação.
Esse cenário vem encarecendo importantes itens para a construção, como o aço. A saber, o aço é derivado do minério de ferro, que é uma commodity. Isso fez o número de lançamentos de imóveis despencar 42,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior.
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