A inflação da construção civil ficou ainda maior em junho. Após subir 1,49% no mês passado, os preços de produtos e serviços do setor ficaram 2,81% mais caros neste mês. E o cenário complica ainda mais a vida dos brasileiros que pensam em fazer alguma reforma ou que estão construindo alguma edificação.
Com o acréscimo desse resultado, o setor passa a acumular uma inflação de 11,75% em 12 meses. A saber, a variação anual é bastante semelhante à inflação anual do Brasil em maio, que ficou em 11,73%. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta terça-feira (28).
O avanço em junho aconteceu devido ao índice que mede a mão de obra, cuja taxa saltou de 1,43% em maio para 4,37% neste mês. Isso mostra que os profissionais do setor cobraram mais caro pelo serviço realizado em junho.
Já a inflação referente aos preços de materiais, equipamentos e serviços desacelerou levemente no período, de 1,55% para 1,40%.
Aliás, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 64% dos brasileiros reduziram seus gastos nos últimos seis meses. Em resumo, 34% dos entrevistados deixaram de comprar material de construção no período, maior redução percentual já registrada pela pesquisa.
Guerra na Ucrânia continua pressionando a construção civil
A guerra na Ucrânia completou cinco meses no último dia 24. Não há expectativas para o fim do conflito no curto praz, e isso continua desestabilizando os mercados internacionais e elevando os preços de diversos produtos.
Em suma, o comércio global sofre com o desequilíbrio entre a oferta e a demanda, bem como com a redução da produção de várias commodities. A saber, tanto a Rússia quanto a Ucrânia são grandes nações produtoras e exportadoras globais destes itens. E isso afeta diretamente os países ao redor do mundo.
Como a construção civil sofre com a falta de insumos e o encarecimento dos seus preços, as pessoas tendem a reduzir os gastos com o setor. Em síntese, um dos principais destaques nos últimos meses é o aço, que é derivado do minério de ferro e cujos preços já subiram expressivamente neste ano.
Isso fez o número de lançamentos de imóveis despencar 42,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. E não há muitas projeções positivas para a redução dos preços nos próximos meses.
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