A inflação da construção civil desacelerou em julho deste ano. Após subir 2,81% no mês passado, os preços de produtos e serviços do setor ficaram 1,16% mais caros neste mês. E o cenário continua dificultando a vida dos brasileiros que pensam em fazer alguma reforma ou que estão construindo alguma edificação.
Com o acréscimo desse resultado, o setor passa a acumular uma inflação de 11,66% em 12 meses. A saber, a variação anual registrada pela construção foi levemente inferior à inflação oficial do Brasil, que ficou em 11,89% em junho. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta quarta-feira (26).
A desaceleração em julho aconteceu devido ao índice que mede a mão de obra, cuja taxa teve um forte decréscimo de 4,37% em junho para 1,76% neste mês. Essa desaceleração não quer dizer que os profissionais do setor cobraram mais barato pelo serviço. Na verdade, o valor ficou mais caro que o de junho, mas a alta foi menos intensa que a observada no mês passado.
Já a inflação referente aos preços de materiais, equipamentos e serviços desacelerou no período, de 1,40% para 0,60%. Esse resultado também ajudou a reduzir o avanço da inflação da construção em julho.
Guerra na Ucrânia pressiona a construção civil
A guerra na Ucrânia completou cinco meses no último dia 24. Não há expectativas para o fim do conflito no curto praz, e isso continua desestabilizando os mercados internacionais e elevando os preços de diversos produtos.
Em suma, o comércio global sofre com o desequilíbrio entre a oferta e a demanda, bem como com a redução da produção de várias commodities. A saber, tanto a Rússia quanto a Ucrânia são grandes nações produtoras e exportadoras globais destes itens. E isso afeta diretamente os países ao redor do mundo.
Como a construção civil sofre com a falta de insumos e, consequentemente, com o encarecimento desses itens, as pessoas tendem a reduzir os gastos com o setor. Em síntese, um dos principais destaques nos últimos meses é o aço, que é derivado do minério de ferro e cujos preços já subiram expressivamente neste ano.
Isso fez o número de lançamentos de imóveis despencar 42,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. E não há muitas projeções positivas para a redução dos preços nos próximos meses.
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