O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na última quarta-feira (15) o seu Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Segundo os dados apresentados, houve desaceleração da taxa inflacionária em todas as faixas de renda em agosto, com exceção das pessoas de renda média-alta.
Em resumo, a inflação para os mais pobres foi novamente a mais elevada. A saber, a taxa para quem possui renda domiciliar inferior a R$ 900 ficou em 0,91%. Com isso, a taxa acumulada no ano para as pessoas de renda muito baixa cresceu 5,75%. Já em 12 meses, a inflação acumula salto de 10,63%, maior taxa entre todas as faixas pesquisadas.
Da mesma forma, a inflação para quem possui renda baixa (entre R$ 900 e R$ 1.350 no mês) também ficou em 0,91%. Já as variações das outras faixas de renda foram as seguintes: média-baixa (0,90%), média (0,87%), média-alta (0,85%) e alta (0,78%). Isso mostra que a inflação no mês foi menor para os mais ricos e mais elevada para os mais pobre.
A propósito, as famílias de renda média-baixa são as que têm entre R$ 1.350 a R$ 2.250. Já as pessoas de renda média possuem entre R$ 2.250 a R$ 4.500, enquanto os de média-alta tem renda entre R$ 4.500 e R$ 9.000. Por fim, as famílias de renda alta têm entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66.
Grupos alimentação e transporte impulsionam inflação no mês
Segundo o relatório do Ipea, o grupo alimentação provocou o maior impacto na inflação para os três grupos de renda mais baixa em agosto. Em suma, os seguintes aumentos impulsionaram a taxa no mês: batata (20%), açúcar (4,6%), café (7,6%), frango (4,5%) e ovos (1,6%). Por outro lado, os itens arroz (-2,1%), feijão (-1,7%) e óleo de soja (-0,4%) caíram em agosto.
Já o grupo transporte exerceu a maior pressão inflacionária para as três faixas de renda mais elevadas. Os reajustes de 2,8% da gasolina e de 4,7% do etanol impulsionaram a taxa, mas a queda de 10,7% das passagens aéreas limitou a inflação das faixas de renda.
No comparativo anual, as taxas aceleraram em todas as faixas de renda. A saber, as famílias de renda mais alta registraram avanços mais expressivos, visto que, em agosto do ano passado, o forte recuo das mensalidades escolares (-4,4%) puxou a inflação para baixo em 2020.
Leia Mais: IGP-10 cai em setembro, puxado por minério de ferro e grãos