O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou alta de 0,51% em maio, divulgou nesta quarta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração em relação a abril, quando o índice avançou 0,57%, mas ainda assim é o maior para um mês de maio desde 2016.
A principal pressão veio do grupo saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,49% e contribuiu com 0,18 ponto percentual para o IPCA-15. Dentro desse grupo, os medicamentos tiveram alta de 2,69%, refletindo os reajustes autorizados pelo governo em abril. Outros itens que pesaram no bolso dos consumidores foram os planos de saúde (1,20%), os artigos de higiene pessoal (2,21%).
Outros grupos que também registraram aumento foram: habitação (0,79%), transportes (0,23%), alimentação e bebidas (0,12%), vestuário (0,58%), comunicação (0,03%) e educação (0,06%). Por outro lado, houve queda nos preços de artigos de residência (-0,10%) e despesas pessoais (-0,05%).
No acumulado do ano, o IPCA-15 subiu 3,12%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,07%, acima dos 3,52% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Com isso, o indicador permanece abaixo do centro da meta de inflação definida pelo governo para este ano, que é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Inflação medida pelo IPCA fica abaixo das expectativas
Os números ficaram abaixo das expectativas dos economistas e analistas do mercado financeiro. Segundo a mediana das projeções coletadas pela Investing.com, a expectativa era de uma alta de 0,64% em maio e de 4,20% em 12 meses. A equipe de análise do BTG Pactual previa variação positiva de 0,62%, enquanto a Warren esperava 0,65%.
Um dos principais influenciadores para que o IPCA ficasse abaixo das expectativas para o mês de maio foi o grupo de transportes, um dos que mais caíram no período. A queda do grupo foi principalmente puxada pelos preços dos combustíveis a base de petróleo, acelerando a desaceleração do IPCA-15. No período, a gasolina caiu -0,21%, óleo diesel -2,76%, gás veicular -0,44%. Apenas o etanol teve alta, subindo 3,62%. Contudo, o registro de queda mais alta para o grupo de transportes está relacionado ao preço das passagens aéreas, que teve queda de 12,76$ nos preços.
Além do grupo de transportes, o grupo de artigos de residência também apresentou queda no período, em -0,28%, foram os dois únicos grupos a apresentarem redução, todos os outros apresentaram alta, contribuindo para que a inflação não tivesse uma maior desaceleração no mês de maio, como mostrou os dados da pesquisa feita pelo IBGE.
O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação oficial do país porque segue a mesma metodologia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação dos preços para as famílias com renda de até 40 salários mínimos em dez regiões metropolitanas do país. A diferença está no período de coleta dos preços: enquanto o IPCA-15 se refere à segunda quinzena do mês anterior e à primeira quinzena do mês atual; o IPCA se refere ao mês calendário completo.