O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) cresceu 1,0 ponto em maio deste ano, na comparação com o mês anterior. Esse avanço interrompeu uma sequência de sete quedas consecutivas e fez o indicador chegar a 115,9 pontos.
Isso mostra que o índice segue em patamar elevado, já que taxas superiores a 100 pontos indicam incerteza econômica no país. A saber, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (31).
“Após cair expressivamente no mês anterior, o Indicador de Incerteza acomoda em maio em nível ainda superior ao da elevada média de 114,4 pontos observada nos cinco anos anteriores à pandemia (entre março de 2015 e fevereiro de 2020)”, disse a economista do FGV Ibre, Anna Carolina Gouveia.
Inflação elevada no Brasil causa incerteza
Segundo Carolina Gouveia, há vários fatores que explicam o aumento da incerteza em maio. Em suma, todos eles envolvem de alguma forma a inflação. Enquanto, a população se preocupa com a conjuntura internacional, o pessimismo com a situação atual do Brasil cresce e impulsiona a incerteza.
“O nível moderadamente elevado do IIE-Br reflete uma combinação de fatores internos e externos. No front internacional, a escalada de inflação em diversos países, o conflito no leste Europeu e a desaceleração da economia chinesa são fontes relevantes de incerteza”, explicou a economista.
“No Brasil, a perda de poder aquisitivo da população diante da inflação, o elevado nível de endividamento das famílias e a piora das condições fiscais ao longo de 2022 levantam dúvidas quanto à continuidade dos resultados positivos para a atividade econômica como os do primeiro trimestre”, disse Carolina Gouveia.
Por fim, vale destacar que os dois componentes que formam o indicador de incerteza da economia tiveram alta em maio. Em resumo, o componente de mídia avançou 0,5 ponto no mês, enquanto o componente de expectativas subiu 2,4 pontos.
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