Nesta terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados oficiais da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês de março. Ainda que os impostos sobre os combustíveis tenham voltado, a inflação teve um aumento menor, ficando em 0,71%, uma queda de 0,13% em relação ao valor de fevereiro, quando a inflação foi de 0,84%.
Nesse sentido, a inflação medida pelo IPCA veio abaixo do esperado pelo mercado, economistas apontavam algo em torno de 0,77% em março. Sendo assim, a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,65%, sendo a menor variação desde janeiro de 2021, quando o IPCA atingiu 4,56% em 12 meses.
Como era de se esperar, os combustíveis puxaram a alta da inflação de março. Entre os 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 deles tiveram alta de preços, sendo o grupo de transportes o destaque, com alta de 0,43% e com a maior variação em relação ao mês anterior (2,11%). A gasolina foi a que teve maior impacto no grupo, com alta de 8,33%, o Etanol também apresentou forte impacto, tendo alta de 3,2%.
“Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1.157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de Pis/Cofins sobre esses combustíveis a partir de 1º de março”, afirmou André Almeida, analista da pesquisa do IBGE.
Residência foi o único grupo que apresentou queda no cálculo da inflação
O grupo de artigos de residência apresentou queda de -0,27% em março, apresentando resultado melhor que o de fevereiro, com apontou alta de 0,11%. Segundo a pesquisa, houve recuo nos preços dos itens de TV, som e informática. Preços de equipamentos eletrônicos também tiveram queda, após alta de 0,45% no mês de fevereiro.
Uma das maiores desacelerações para o mês ficou com o grupo de alimentação. Se a alta em fevereiro havia sido de 0,16%, em março passou a ser de 0,05%. A pesquisa apontou que a alta menos intensa é motivada pela queda no custo de alimentação no domicílio, que ficou negativa após seis meses de altas mensais.
Nesse sentido, economistas apontam que a inflação acumulada em 12 meses terá desaceleração até o meio de junho e, a partir deste momento, ela deve pegar força e fechar o ano de 2023 na casa dos 6%. A motivação para isso é que o efeito das desonerações dos combustíveis saíram de cena, dado que, em 2022, este foi o principal fator pelo qual o IPCA registrou três meses seguidos de deflação (queda nos preços).
A projeção apontada pelo Boletim Focus do Banco Central, que reúne a opinião de economistas sobe a inflação, aponta que o IPCA deve fechar o ano ao redor de 5,98%. O mesmo boletim apontava, na semana passada, que o IPCA fecharia em 5,96%. Por outro lado, instituições financeiras estão mais pessimistas, e acreditam que a inflação deve fechar em 6,5% no ano, principalmente após a definição de alíquota única do ICMS, que passará a valer a partir de julho, encarecendo a gasolina e o etanol e, consequentemente, aumentando a inflação para o ano de 2023.