Os brasileiros vêm sofrendo há meses com a inflação elevada no país. Em março, a taxa inflacionária, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), variou 1,62%. Esta foi a maior variação mensal desde janeiro de 2003 (2,25%), ou seja, há mais de 19 anos.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação acelerou para todas as faixas de renda em março, assim como ocorreu em fevereiro. E os que mais sofreram foram os mais pobres.
Em resumo, a taxa saltou de 1,00% em fevereiro para 1,74% em março para quem possui renda domiciliar inferior a R$ 1.808,79. Esta foi a variação mais elevada registrada no mês passado. Por outro lado, as famílias de renda alta (maior que R$ 17.764,49 mil por mês) tiveram a menor inflação no mês, de 1,24%.
As outras faixas de renda também apresentaram acréscimos em suas taxas. Os avanços foram os seguintes: renda baixa (0,94% para 1,72%), renda média-baixa (0,93% para 1,70%), renda média (0,98% para 1,63%) e renda média-alta (0,97% para 1,51%).
Nos últimos 12 meses, a maior taxa também ficou com as famílias de renda muito baixa (12,0%). Também tiveram variações expressivas as famílias de renda baixa (11,6%), renda média-baixa (11,6%) e renda média (11,1%). Assim, as menores taxas ficaram com as famílias de renda média-alta (10,4%) e renda alta (10,0%).
Veja grupos que pressionaram inflação em março
De acordo com o relatório do Ipea, o grupo alimentação e bebidas exerceu o maior impacto na inflação para as faixas de renda mais baixas em março. Em suma, os principais destaques foram: “arroz (que subiu 2,7%), feijão (6,4%), cenoura (31,5%), batata (4,9%), leite (9,3%), ovos (7,1%) e pão francês (3,0%)” disse o Ipea.
“A alta de preços generalizada atingiu todos os dezesseis subgrupos que compõem o conjunto de bens, abarcando itens de grande relevância na cesta de consumo”, explicou o instituto.
No caso da faixa de renda mais alta, o grupo transportes provocou o maior impacto na inflação em março. A saber, o grupo repercutiu “alta de 6,7% da gasolina, de 13,7% do óleo diesel e de 8,0% dos transportes por aplicativo, cujos efeitos foram, em parte, atenuados pela queda de 7,3% das passagens aéreas”, afirmou o Ipea.
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