O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na última sexta-feira (13) o seu Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Segundo os dados apresentados, houve aceleração da taxa inflacionária em todas as faixas de renda em julho.
Em resumo, a inflação para quem possui renda domiciliar inferior a R$ 900 cresceu de 0,62% em junho para 1,12% em julho. Com isso, a taxa acumulada no ano para as pessoas de renda muito baixa cresceu 4,80%. Já em 12 meses, a inflação acumula disparada de 10,05%, maior taxa entre todas as faixas pesquisadas. Aliás, esse também é o maior nível já registrado em 12 meses desde agosto de 2016 (10,6%).
Além disso, a inflação subiu em todas as outras faixas de renda em julho. A saber, as variações foram as seguintes: renda baixa (1,07%), média-baixa (1,01%), média (0,89%), média-alta (0,78%) e alta (0,88%). Isso mostra que os mais ricos tiveram variações menos expressivas no mês.
A propósito, as famílias de renda baixa são as que possuem entre R$ 900 e R$ 1.350 no mês. Já as de renda média-baixa são as que têm entre R$ 1.350 a R$ 2.250. As pessoas de renda média possuem entre R$ 2.250 a R$ 4.500, enquanto os de média-alta tem renda entre R$ 4.500 e R$ 9.000. E as de renda alta têm entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66.
Grupos habitação e transportes impulsionam inflação
Segundo o relatório do Ipea, o grupo habitação provocou o maior impacto na inflação pelo terceiro mês seguido, assim como o foi em maio e junho. Em suma, a disparada de 7,88% dos preços das tarifas de energia elétrica (1,95%) impulsionaram o grupo. Ao mesmo tempo, o petróleo também teve alta no mês devido a desvalorização cambial, que provocou o aumento de 4,17% do preço do gás de botijão, 14º mês seguido de alta.
De acordo com o Ipea, o grupo alimentação e bebidas exerceu o segundo maior impacto na variação da inflação em julho. Isso aconteceu apesar dos recuos registrados pelos seguintes itens: arroz (-2,35%), feijão preto (-1,87%), batata (-12,03%) e óleo de soja (-0,01%). Em contrapartida, os itens carnes (0,77%), aves e ovos (2,84%) e leites e derivados (1,28%) cresceram no mês e impulsionaram o resultado do grupo.
Por fim, o grupo transportes também ajudou a aumentar a inflação no período, especialmente para as famílias de renda alta. Em síntese, os reajustes da gasolina (1,6%), das passagens áreas (35,2%) e do transporte por aplicativo (9,4%) fizeram a taxa inflacionária crescer para os mais ricos em julho. O avanço só não foi maior graças à queda de 1,4% nos preços dos planos de saúde no período.
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