O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira (16) o seu Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Segundo os dados apresentados, a taxa inflacionária acelerou para todas as faixas de renda em fevereiro. Aliás, o resultado é o inverso do que ocorreu em janeiro, quando a inflação teve decréscimo em todas as faixas.
Desta vez, a inflação para os mais pobres não foi a mais elevada. A saber, a taxa passou de 0,63% para 1,00% para quem possui renda domiciliar inferior a R$ 1.808,79. Embora tenha registrado uma forte alta no mês, esta não foi a maior taxa do mês.
Na verdade, a inflação para as famílias de renda alta (maior que R$ 17.764,49 mil) disparou de 0,34% para 1,07%. Ou seja, esta foi a maior taxa inflacionária em fevereiro.
As outras faixas de renda também apresentaram acréscimos em suas taxas. Os avanços foram: renda baixa (0,62% para 0,94%), renda média-baixa (0,58% para 0,93%), renda média (0,53% para 0,98%) e renda média-alta (0,51% para 0,97%).
Nos últimos 12 meses, as maiores taxas vieram de: renda muito baixa (10,91%), renda baixa (10,69%), renda média-baixa (10,82%) e renda média (10,55%). Assim, as menores taxas ficaram com as famílias de renda média-alta (9,94%) e renda alta (9,70%).
Veja grupos que pressionaram inflação em fevereiro
De acordo com o relatório do Ipea, o grupo alimentação e bebidas exerceu o maior impacto na inflação para as faixas de renda mais baixas em fevereiro. “Essa pressão é explicada pelos aumentos registrados nos cereais, farináceos e panificados, como feijão (9,4%), farinha de trigo (2,8%), biscoito (2,3%), macarrão (1,1%) e pão (1,0%)” disse o Ipea.
“O forte crescimento dos preços dos alimentos in natura, especialmente da batata (23,5%), da cenoura (55,4%) e do repolho (25,7%), aliado a alta do café (2,5%) e leite (1,0%) ajudam a explicar esta contribuição altista para a inflação das famílias de menor renda”, acrescentou o instituto.
No caso da faixa de renda mais alta, o grupo educação provocou o maior impacto na inflação em fevereiro. A saber, os “reajustes de 6,7% das mensalidades escolares e de 3,9% dos cursos extracurriculares” impulsionaram o grupo, segundo o Ipea.
“Embora as principais altas estejam concentradas nos grupos alimentação e educação, houve um aumento de preços mais generalizado em fevereiro, tendo em vista que todos os grupos exerceram uma pressão altista em todos os segmentos de renda”, disse a pesquisadora do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras, autora do indicador mensal.
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