Neste sábado (1), após conferência do Foro de São Paulo, em Brasília, a presidente do Partido Trabalhista, Gleisi Hoffmann, disse que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, não significa a desistência da extrema-direita no jogo político.
Além disso, ao falar sobre os opositores, Hoffmann afirmou que, apesar da decisão do TSE, o bolsonarismo ainda existe, com força e atuando. No entanto, tratava-se de vitória importante para as pessoas saberem até onde podem ir dentro da lei.
Sobre a decisão do TSE
O TSE entendeu que o ex-chefe do Executivo usou do cargo para espalhar desinformação sobre o sistema eletrônico de votação, na tentativa de obter ganhos eleitorais, atacar a Corte e fazer “ameaças veladas”.
Como resultado, por maioria de votos (5 a 2), o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro por oito anos, contados a partir das Eleições de 2022. De acordo com Gleisi Hoffmann, a TSE foi “pedagógica”:
Não tem como você participar de um jogo se você atenta contra as regras do jogo. Foi exatamente o que Bolsonaro fez. Desde que assumiu o mandato, ele vem atentando contra a democracia.
Gleisi Hoffmann e Foro de São Paulo
O 26º Foro de São Paulo reúne partidos e movimentos de esquerda da América Latina e Caribe. A reunião foi alvo de críticas de bolsonaristas, principalmente sobre o tratamento do presidente venezuelano Nicolás Maduro por parte do presidente Lula e demais líderes do PT.
No entanto, a presidente do PT ressaltou que a esquerda precisa fazer uma contra ofensiva em relação à extrema-direita, afirmando que:
A participação de Lula aqui [Foro] não significa a participação do governo brasileiro. Tentam criminalizar a esquerda, principalmente a partir do Foro de São Paulo. A direita avançou muito e só fomos despertar mais tarde.
Vale destacar que, na sexta-feira (31) questionado sobre a defesa que a esquerda faz do regime de Maduro, Lula respondeu;
Eu não sou comentarista das falas do presidente, mas entendo que a democracia tem que ser efetiva e vai além das liberdades consagradas. É importante o direito à comida, o acesso ao trabalho, à escola. Todos os países têm desafios em relação à democracia.
Apoio nas redes sociais
Durante o Foro de São Paulo, em debate sobre redes sociais da esquerda, Gleisi Hoffmann afirmou haver uma grande diferença em comparação com a extrema-direita. Segundo a presidente do PT, há mais dinheiro e menos compromisso com a ética.
Temos um diferencial de estrutura monstruoso. Os financiadores (da extrema-direita) são grandes, e não temos a mesma estrutura. A gente conta com a militância, com a luta. O que não podemos é deixar de nos articular, estarmos organizados”, disse, lembrando da articulação com produtores de conteúdo “contra hegemônicos” nas eleições de 2022.
Em suma, na visão Gleisi Hoffmann e de muitos especialistas que acompanham o movimento de extrema-direita, os bolsonaristas conseguem formar uma base orgânica a partir de fake news e compartilhamento exacerbado nas redes sociais.