Uma recente Portaria publicada pelo Governo Federal no Diário Oficial da União (DOU), regulamenta um programa de incentivo para que empresas e indústrias reduzam o consumo de energia. A iniciativa vem somada a uma compensação financeira como uma espécie de gratificação.
A partir desta medida o setor industrial se propôs a reduzir o consumo de energia em até 237 megawatts-médios (MWm). A atitude deve ser colocada em prática nos horários de pico durante todo o mês de setembro, conforme informado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A iniciativa tem o objetivo de evitar a sobrecarga do sistema elétrico, o que poderia causar eventuais apagões tendo em vista a escassez das chuvas que afeta diretamente as usinas hidrelétricas e, por consequência, a geração de energia. De acordo com o ONS, ainda não se sabe exatamente se a ação impacta o volume de redução no consumo de energia ou somente no deslocamento da carga, já que os horários de pico serão evitados.
Isso quer dizer que as indústrias brasileiras podem optar entre as duas alternativas. Em nota, o ONS relatou que, “o montante evidencia a adesão do setor industrial a essa iniciativa relevante para a operação do Sistema Interligado Nacional durante o cenário atual de escassez hídrica no país”.
Com base nos dados apurados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia industrial durante o mês de julho deste ano foi de 20.521 MW médios. Este número representa um volume de 1,15% da carga ofertada pelas indústrias.
Ao analisar a situação entre os estados brasileiros, esse percentual equivale a quase uma carga por hora consumida no Tocantins ou duas cargas em Roraima, que foi de 296 MW médios e 110 MW médios, respectivamente, também no mês de junho.
O programa de redução do consumo de energia irá vigorar até o dia 30 de abril de 2022, com o propósito de controlar os gastos de energia em um momento crítico no qual o país enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 90 anos. O ONS ressalta que, o período em que o controle deve ser intensificado é entre os meses de outubro e novembro, época em que a onda de calor é mais intensa, levando os consumidores a recorrerem a aparelhos como ventilador, ar condicionado, bem como o uso frequente de refrigeradores.
Também é a época em que o consumo de energia proveniente da alta produção nas empresas é maior, outro indicativo que evidencia a necessidade de economia. É importante mencionar que são todos fatores que geram a sobrecarga, tornando o sistema mais suscetível a quedas de energia.
Os interessados em participar do programa de incentivo à redução do consumo de energia devem fazer uma oferta de economia por volta de 5 MW hora em lotes cuja duração varia de quatro a sete horas. Se desejar, também é possível indicar o dia da semana em que o foco da empresa será voltado a essa iniciativa, junto à localidade e o preço em R$/MWh.
Caberá ao ONS a responsabilidade de receber e selecionar as ofertas que devem ser julgadas e escolhidas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Também cabe ao ONS estabelecer a grade de horário de oferta de redução de energia para cada mês, além de outros detalhes como períodos autorizados para a economia, deslocamento de demanda e horários de compensação.