A indústria brasileira cresceu 1,2% em julho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. Esse resultado sucede os dois maiores avanços já registrados pela série histórica nessa base comparativa, em abril (34,7%) e em maio (24,0%) deste ano, e a forte alta de 12% em junho. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (2).
Todas estas expressivas taxas ocorreram porque a pandemia da Covid-19 enfraqueceu a base comparativa de 2020. Em resumo, os primeiros meses da crise sanitária, decretada em março de 2020, acabaram afundando diversos setores econômicos do Brasil e do mundo, e a indústria brasileira não escapou dessa realidade.
O resultado de julho evidencia a perda de fôlego da recuperação da indústria brasileira. De um lado, as taxas de abril a junho de 2020 despencaram, visto que os primeiros meses da crise sanitária causaram muita incerteza no mundo. Do outro, o recrudescimento da pandemia devido à variante Delta vem prejudicando a atividade industrial no segundo semestre. Por isso, o resultado em julho ficou bem menor que os dos meses imediatamente anteriores.
Metade das categorias econômicas cresce
A pesquisa revelou que duas das quatro grandes categorias econômicas industriais pesquisadas subiram em julho no comparativo anual. Da mesma forma, 14 dos 26 ramos de atividades, 46 dos 79 grupos e 54,4% dos 805 produtos pesquisados também apresentaram resultados positivos neste ano.
De acordo com o levantamento, os maiores impulsos vieram de: veículos automotores, reboques e carrocerias (21,2%), metalurgia (24,8%) e máquinas e equipamentos (26,2%). Os ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (22,1%), couro, artigos para viagem e calçados (15,3%) e impressão e reprodução de gravações (40,9%) também se destacaram, segundo o IBGE.
Por outro lado, entre as atividades que caíram no período, a maior influência negativa veio novamente de produtos alimentícios (-10,3%). Da mesma forma, os ramos de bebidas (-15,2%), indústrias extrativas (-2,7%), móveis (-14,4%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-9,8%) também afundaram.
Veja mais detalhes sobre as categorias da indústria
Entre as categorias econômicas, os bens de capital dispararam 33,1% no comparativo anual, maior impacto registrado. Essa foi a décima primeira taxa positiva consecutiva do grupo, impulsionada pelos bens de capital para equipamentos de transporte (56,5%) e pelos bens de capital para fins industriais (15,0%), para construção (67,0%), de uso misto (15,2%) e agrícolas (15,0%).
Os bens intermediários também avançaram em 12 meses, mas de maneira bem menos expressiva, com alta de 0,2%. Esse foi o décimo terceiro resultado positivo e o menor da sequência. As seguintes atividades se destacaram no mês: metalurgia (24,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (10,6%), máquinas e equipamentos (22,5%) e produtos de minerais não-metálicos (9,2%).
Em contrapartida, os bens de consumo duráveis tombaram 10,3% e interromperam quatro meses seguidos de alta. Já bens de consumo semi e não duráveis retraíram 1,9% após quatro avanços seguidos. Isso aconteceu, principalmente, por causa do tombo de 8,0% de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico.
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