A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) estima que a indústria de cartões cresça 21% em 2022. De acordo com a entidade, a alta dos juros no Brasil não deverá prejudicar o setor, mesmo com as expectativas de ainda mais elevações neste ano. A saber, a Abecs divulgou estas informações na última quinta-feira (10).
O presidente da Abecs, Pedro Coutinho, afirma que a indústria de cartões segue firme, permitindo projeções bastante positivas para este ano. “Somos otimistas devido à bancarização, à utilização dos produtos que temos, que são bons. Estamos otimistas em colocar o crediário como produto da indústria”, disse o executivo.
Em suma, o Banco Central (BC) elevou sete vezes a taxa básica de juros do país no ano passado. Na semana passada, o banco elevou mais uma vez a taxa Selic, que alcançou o maior patamar em quase cinco anos. E estes avanços vêm ocorrendo devido à alta inflação no país.
A propósito, uma Selic mais elevada puxa consigo para cima os juros no país, em geral. Em outras palavras, os juros mais altos encarecem o crédito, reduzindo o poder de compra do consumidor e, consequentemente, desaquecendo a economia brasileira. No entanto, Coutinho não acredita que os juros mais altos prejudicarão a indústria dos cartões.
Inflação em alta pode prejudicar indústria de cartões
Por outro lado, a inflação nas alturas pode prejudicar o setor. A saber, a inflação no Brasil em 2021 fechou no maior patamar em seis anos. Em janeiro, a taxa desacelerou, mas, ainda assim, foi a mais elevada para o mês desde 2016.
Segundo o presidente da Abecs, esse cenário ainda pode afetar negativamente a indústria de cartões. Aliás, Coutinho também citou o cenário político incerto em 2022, ano em que ocorrerão as eleições presidenciais.
Por fim, a Abecs também revelou que o volume financeiro transacionado pelo comércio e varejo no 4º trimestre cresceu 28% em relação ao mesmo período de 2020. Já o volume financeiro transacionado com cartões no setor de serviços teve alta de 29,4% na base anual.
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