A indústria brasileira caiu 3,9% em setembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. Esse recuo é o segundo seguido e interrompe uma sequência de 11 avanços consecutivos do indicador nessa base comparativa. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (4).
Vale ressaltar que a pandemia da Covid-19 enfraqueceu fortemente a indústria brasileira em 2020. Em resumo, os primeiros meses da crise sanitária, decretada em março de 2020, afundaram diversos setores econômicos do Brasil e do mundo, incluindo o industrial.
No entanto, quanto mais distante de março de 2020, mais fortalecidos os dados ficaram. Por isso, na base comparativa anual, a indústria começou a perder fôlego em julho, quando cresceu apenas 1,2%. Já em agosto, houve o primeiro recuo em um ano (-0,7%), que ficou mais forte em setembro.
Três das quatro categorias econômicas recuam em setembro
A pesquisa revelou que três das quatro grandes categorias econômicas industriais pesquisadas caíram em setembro no comparativo anual. Da mesma forma, 18 dos 26 ramos de atividades, 45 dos 79 grupos e 55,7% dos 805 produtos pesquisados também apresentaram resultados negativos no mês.
De acordo com o levantamento, as principais influências negativas vieram de produtos alimentícios (-11,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,9%). As atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,6%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-18,7%) também afundaram em setembro, segundo o IBGE.
Por outro lado, entre as atividades que subiram no período, as maiores influências vieram dos ramos de couro, artigos para viagem e calçados (-16,0%), bebidas (-7,1%), produtos de borracha e de material plástico (-7,7%) e móveis (-21,0%). Da mesma forma, os ramos de produtos de metal (-5,7%), outros produtos químicos (-2,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,8%), produtos têxteis (-8,6%) e produtos do fumo (-27,1%) também subiram.
Veja mais detalhes sobre as categorias da indústria
Entre as categorias econômicas, os bens de consumo duráveis afundaram 22,3% entre setembro de 2020 e setembro de 2021. Em resumo, o tombo intensificou as quedas registradas em agosto (-17,4%) e julho (-9,6%). O IBGE destacou a pressão exercida pela redução na fabricação de automóveis (-27,5%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-38,1%) em setembro.
Os bens de consumo semi e não-duráveis caíram 5,0% no mês, enquanto os bens intermediários recuaram 3,6%. No primeiro caso, a queda sucede os recuos em agosto (-1,2%) e julho (-2,0%). A saber, a queda nos grupamentos alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-6,4%) e semiduráveis (-12,7%) puxaram a categoria econômica para baixo.
Já em relação aos bens intermediários, a queda intensificou a redução de 2,1% registrada em agosto. Aliás, os recuos de produtos alimentícios (-16,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-8,5%) e produtos de borracha e de material plástico (-6,7%) ajudaram a derrubar a categoria.
Em contrapartida, o segmento de bens de capital disparou 15,0% em relação a setembro de 2020. Essa foi a única exceção no mês. Inclusive, essa é a 13ª taxa positiva consecutiva no comparativo anual. O grande destaque de setembro ficou com os bens de capital para equipamentos de transporte, que saltaram 15,5% em um ano.
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