A produção industrial do Brasil fechou o mês de outubro em queda, na comparação com setembro. O recuo foi leve, mas chama atenção o fato de ser o segundo mês seguido de queda. Aliás, estes resultados sucedem quatro meses de alta da indústria brasileira, que vinha se mantendo em patamar positivo até agosto.
Os dados fazem parte da Sondagem Industrial, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta sexta-feira (18).
De acordo com a entidade, o nível de produção da indústria brasileira caiu de 49 pontos em setembro para 48,5 pontos em agosto.
A saber, dados acima da linha divisória dos 50 pontos indicam aumento da produção. Por outro lado, valores abaixo dessa marca refletem a retração da produção industrial.
Da mesma forma, o número de empregados na indústria brasileira fechou outubro no campo negativo. No mês passado, o nível do índice caiu para 49,6 pontos, ficando abaixo da linha dos 50 pontos. Inclusive, essa queda sucede cinco meses de crescimento no número de empregados.
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Otimismo dos empresários da indústria brasileira recua
De acordo com a CNI, os empresários industriais se mostraram menos otimistas em novembro. Em resumo, as expectativas em relação aos próximos seis meses se enfraqueceram, puxadas por dados mais fracos sobre demanda pelos produtos, exportação, compra de insumos e contratação de empregados.
“O índice de expectativa de demanda pelos produtos industriais nos próximos meses foi o que registrou a maior queda, de 5,5 pontos, para 51,4 pontos. Apesar da queda, ainda há expectativa de alta de demanda, ainda que mais modesta”, informou a CNI.
Vale destacar que o nível de estoques cresceu em outubro, para 51,5 pontos. Em síntese, isso coloca os estoques do setor industrial no maior patamar acima do planejado desde julho de 2019.
“Essa evolução dos estoques, de acúmulo bem acima do planejado pelos empresários, acende um sinal de atenção. A demanda ficou inferior à produção, mesmo com a queda da atividade, sugerindo frustração dos empresários com a demanda, o que já contaminou as expectativas”, explicou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
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