A indústria brasileira recuou 5,0% em dezembro de 2021, na comparação com o mesmo mês de 2020. Esse recuo é o quinto consecutivo após 11 meses seguidos de avanços nessa base comparativa. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (2).
O setor industrial sofreu fortes impactos com a pandemia da Covid-19 em 2020. Em resumo, os primeiros meses da crise sanitária, decretada em março de 2020, afundaram diversos setores econômicos do Brasil e do mundo, incluindo a indústria brasileira.
No entanto, quanto mais distante de março de 2020, mais fortalecidos os dados ficaram. Por isso, na base comparativa anual, a indústria começou a perder fôlego em julho, quando cresceu apenas 1,2%. Já em agosto, houve o primeiro recuo em um ano (-0,7%). Aliás, a queda ficou mais forte em setembro (-3,9%) e outubro (-7,8%), mas desacelerou em novembro (-4,4%).
Três das quatro categorias econômicas recuam em dezembro
A pesquisa revelou que três das quatro grandes categorias econômicas industriais pesquisadas caíram em dezembro no comparativo anual. Além disso, 20 dos 26 ramos de atividades, 57 dos 79 grupos e 64,8% dos 805 produtos pesquisados também apresentaram resultados negativos na base anual.
De acordo com o levantamento, as principais influências negativas vieram de metalurgia (-13,9%), produtos de borracha e de material plástico (-19,9%) e produtos de metal (-19,1%).
Os seguintes segmentos também caíram no mês: confecção de artigos do vestuário e acessórios (-29,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-20,0%), produtos têxteis (-27,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-18,8%), móveis (-25,8%) e couro, artigos para viagem e calçados (-19,5%).
Por outro lado, entre as seis atividades que subiram no período, a maior influência veio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+5,1%). Os ramos de indústrias extrativas (2,0%), produtos alimentícios (1,8%) e celulose, papel e produtos de papel (6,1%) também tiveram variações importantes no mês.
Veja mais detalhes sobre as categorias da indústria
Entre as categorias econômicas, os bens de consumo duráveis afundaram 16,8% entre dezembro de 2020 e de 2021. Em resumo, o tombo é o sexto seguido e ocorreu devido à pressão exercida pela redução na fabricação de automóveis, eletrodomésticos da “linha marrom” e da “linha branca” e móveis.
Os bens de consumo semi e não-duráveis caíram 7,4% no mês. Da mesma forma, a queda foi a sexta seguida. Já os bens intermediários tiveram queda de 3,9% em dezembro, quarto recuo consecutivo após 13 meses de taxas positivas.
A única exceção foi o segmento de bens de capital, que cresceu 5,8% em relação a dezembro de 2020. Aliás, esse é o 16º mês seguido de taxas positivas do segmento na base anual.
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