A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou nesta quarta-feira (13) que a indústria brasileira deve recuar 0,2% neste ano. A última projeção da entidade, divulgada em dezembro do ano passado, estimava que a indústria cresceria 0,5% no ano.
Caso o cenário se confirme, esta será a sétima vez, nos últimos dez anos, que a produção industrial do país vai cair.
Além disso, a CNI reduziu suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. A saber, a nova estimativa aponta para um avanço de 0,9% da atividade econômica do país em 2022. Esse valor ficou abaixo da projeção anterior, que apontava para um crescimento de 1,2% no ano.
De acordo com o Informe Conjuntural do 1º trimestre, publicação da CNI, a guerra na Ucrânia e a variante Ômicron são os principais fatores para as estimativas mais pessimistas. Em resumo, ambas as razões estão provocando interrupções de produção na China, bem como causando problemas logísticos em importantes centros industriais do planeta.
Cadeias produtivas sofrem com guerra e Covid-19
A CNI destacou que as cadeias produtivas vêm sofrendo fortemente com os impactos dos conflitos no leste europeu e com a pandemia. Um dos maiores desafios para os países é o aumento dos preços de commodities, em especial do petróleo e de alimentos. Isso acaba elevando os preços dos fretes internacionais e dificultando ainda mais o comércio global.
Segundo o gerente-executivo de Economia, Mário Sérgio Telles, a indústria de transformação é a que mais sofre com o cenário global. Em suma, os problemas envolvendo insumos e matérias-primas, bem como a demanda mais fraca, devem fazer o PIB cair 2% neste ano.
“Temos um desafio, cada vez mais difícil, de enfrentar inflação alta com baixo crescimento. Mas o Brasil não pode deixar que o controle da inflação recaia exclusivamente sobre a elevação dos juros, principalmente pelo efeito de perda de ritmo da atividade econômica”, explicou Telles, gerente de Análise Econômica da CNI.
“Nesse sentido, medidas como a redução do IPI são complementares à política monetária”, acrescentou Telles.
Leia Também: Petróleo se aproxima dos US$ 110; combustíveis devem seguir mais caros