A indústria brasileira despencou 7,8% em outubro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. Esse recuo é o terceiro consecutivo após 11 meses de avanços consecutivos do indicador nessa base comparativa. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta semana.
Vale ressaltar que a pandemia da Covid-19 enfraqueceu fortemente a indústria brasileira em 2020. Em resumo, os primeiros meses da crise sanitária, decretada em março de 2020, afundaram diversos setores econômicos do Brasil e do mundo, incluindo o industrial.
No entanto, quanto mais distante de março de 2020, mais fortalecidos os dados ficaram. Por isso, na base comparativa anual, a indústria começou a perder fôlego em julho, quando cresceu apenas 1,2%. Já em agosto, houve o primeiro recuo em um ano (-0,7%), que ficou mais forte em setembro (-3,9%) e, agora, em outubro (-7,8%).
Três das quatro categorias econômicas recuam em outubro
A pesquisa revelou que três das quatro grandes categorias econômicas industriais pesquisadas caíram em outubro no comparativo anual. Da mesma forma, 19 dos 26 ramos de atividades, 56 dos 79 grupos e 60,7% dos 805 produtos pesquisados também apresentaram resultados negativos no mês.
De acordo com o levantamento, as principais influências negativas vieram novamente de produtos alimentícios (-17,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-14,5%). As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,4%), indústrias extrativas (-4,7%), produtos de metal (-12,5%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-16,7%) também caíram.
Por outro lado, entre as atividades que subiram no período, as maiores influências vieram dos ramos de outros produtos químicos (4,2%) e máquinas e equipamentos (4,1%). Da mesma forma, outros dois segmentos também se destacaram na base anual: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,4%) e metalurgia (2,9%).
Veja mais detalhes sobre as categorias da indústria
Entre as categorias econômicas, os bens de consumo duráveis afundaram 27,8% entre outubro de 2020 e outubro de 2021. Em resumo, o tombo intensificou as quedas registradas em setembro (-23,2%), agosto (-17,9%) e julho (-9,7%). O IBGE destacou a pressão exercida pela redução na fabricação de automóveis (-32,5%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-38,5%) em outubro.
Os bens de consumo semi e não-duráveis caíram 10,3% no mês, enquanto os bens intermediários recuaram 6,3%. No primeiro caso, a queda sucede os recuos em setembro (-5,6%), agosto (-1,2%) e julho (-1,9%). A saber, a queda nos grupamentos de semiduráveis (-21,5%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-7,9%) derrubaram a categoria econômica no mês.
Já em relação aos bens intermediários, a queda intensificou as reduções de registradas em setembro (-3,5%) e agosto (-1,9%). Aliás, os tombos de produtos alimentícios (-26,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,3%), indústrias extrativas (-4,7%), produtos de metal (-11,4%), produtos de borracha e de material plástico (-7,7%) e produtos têxteis (-18,4%) derrubaram a categoria.
Em contrapartida, o segmento de bens de capital disparou 8,4% em relação a outubro de 2020. Essa foi a única exceção no mês. Inclusive, essa é a 14ª taxa positiva consecutiva no comparativo anual. O grande destaque de outubro foram novamente os bens de capital para equipamentos de transporte, que saltaram 9,4% em um ano.
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