A indústria brasileira caiu 0,7% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2020. Esse recuo interrompe uma sequência de 11 avanços consecutivos do indicador nessa base comparativa. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (5).
Vale ressaltar que a pandemia da Covid-19 enfraqueceu fortemente a indústria brasileira em 2020. Em resumo, os primeiros meses da crise sanitária, decretada em março de 2020, afundaram diversos setores econômicos do Brasil e do mundo, incluindo o industrial.
No entanto, quanto mais distante de março de 2020, menos expressivos os resultados anuais se mostravam. Em julho, a indústria perdeu bastante fôlego e registrou apenas um leve avanço anual. Por isso, o resultado negativo de agosto já era esperado por parte do mercado.
Três das quatro categorias econômicas recua em agosto
A pesquisa revelou que três das quatro grandes categorias econômicas industriais pesquisadas caíram em agosto, no comparativo anual. Da mesma forma, 14 dos 26 ramos de atividades, 37 dos 79 grupos e 46,0% dos 805 produtos pesquisados também apresentaram resultados negativos no mês.
De acordo com o levantamento, os maiores tombos vieram de produtos alimentícios (-7,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,2%). Os produtos de borracha e de material plástico (-6,6%), bebidas (-6,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-10,1%), produtos do fumo (-23,3%) e móveis (-12,9%) também afundaram, segundo o IBGE.
Por outro lado, entre as atividades que subiram no período, as maiores influências vieram de máquinas e equipamentos (23,7%) e metalurgia (20,0%). Da mesma forma, os ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (8,5%), de impressão e reprodução de gravações (39,1%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,5%), de produtos de madeira (9,8%) e de outros equipamentos de transporte (13,7%) também subiram.
Veja mais detalhes sobre as categorias da indústria
Entre as categorias econômicas, os bens de capital dispararam 29,9% no comparativo anual, único resultado positivo registrado. Essa foi a 12ª taxa positiva consecutiva do grupo, impulsionada pelos bens de capital para equipamentos de transporte (40,0%) e pelos bens de capital agrícolas (43,9%), e para construção (67,7%).
Por outro lado, as outras três categorias caíram no mês. O maior tombo veio dos bens de consumo duráveis, que despencaram 17,3%. Assim, o grupo intensificou a queda de 9,6% observada em julho, que interrompeu uma sequência de quatro meses de alta.
Já as outras duas categorias tiveram quedas bem menos expressivas. A saber, os bens intermediários recuaram 2,1%, interrompendo 13 meses seguidos de alta. Isso aconteceu por causa das quedas das atividades de produtos alimentícios (-12,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,5%) e de produtos de borracha e de material plástico (-5,8%).
Por fim, os bens de consumo semi e não-duráveis caíram 0,8%. Em suma, essa é a segunda queda seguida do grupo, que interromperam quatro meses de avanço. O principal segmento que derrubou a taxa do grupo foi o de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico, que tombou 3,4%.
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