A produção industrial do Brasil caiu 0,6% em agosto deste ano, na comparação com o mês anterior. O recuo elimina o avanço registrado em julho, também de 0,6%.
Embora tenha caído na comparação mensal, a indústria subiu 2,8% em relação a agosto de 2021. Por outro lado, no acumulado de 2022, o setor acumula queda de 1,3%. Em 12 meses, o recuo é ainda maior, de 2,7%.
A saber, a indústria segue abaixo de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. Em julho, a taxa estava 0,8% abaixo do nível pré-pandemia, mas agora está 1,5% menor que fevereiro de 2020.
Além disso, a produção industrial brasileira está 17,9% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011.
Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da produção industrial do país mensalmente. O IBGE divulgou os dados nesta quarta-feira (5).
“A produção industrial mostrou melhora no seu ritmo ao longo de 2022, o que fica expresso, especialmente, na maior frequência de resultados positivos ao longo do ano: avançou em cinco dos oito meses de 2022”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Nesse mês, volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas”, ponderou.
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De acordo com a PMI, apenas oito dos 26 ramos industriais caíram em agosto. Contudo, isso foi suficiente para puxar a produção nacional para baixo.
Em síntese, o setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis caiu 4,2%, com “uma perda disseminada entre os produtos desse ramo industrial, com redução na produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina, álcool, entre outros”, disse Macedo. Contudo, ele disse que o recuo em agosto foi algo pontual.
Além disso, a indústria brasileira recebeu contribuições negativas de produtos alimentícios (-2,6%), após três meses de alta, e de indústrias extrativas (-3,6%), que eliminaram parte da alta de 4,6% acumulada em junho e julho.
“Esses três segmentos – derivados de petróleo, alimentos e extrativo – são os que mais pressionam a indústria como um todo. Juntos, eles respondem por cerca de 36% do setor industrial”, explicou André Macedo.
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