As bolsas da Ásia iniciaram a semana com quedas generalizadas. Nesta segunda-feira (8), o estresse global com a elevação dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano continuaram pesando sobre os índices. No dia, a cautela prevaleceu e o marcado mostrou aversão a ativos de risco, devido a temores sobre elevação futura dos juros básicos nos Estados Unidos. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) chinês também ficaram abaixo do esperado, afetando a sessão.
Em resumo, o pregão de hoje (8) repercutiu, mais uma vez, a elevação dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro norte-americano. O presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, Jerome Powell, afirmou na última quinta (4) que a inflação provavelmente não irá subir nos próximos meses. Ele também destacou que essa alta dos rendimentos era temporária e que não alteraria a política monetária do Fed. Dessa forma, os juros não devem subir, pelo menos não enquanto a economia dos Estados Unidos não mostrar fortes sinais de recuperação.
Essas falas não conseguiram acalmar os investidores, porque, nas últimas semanas, Powell fez diversas afirmações semelhantes. No entanto, apesar das repetidas declarações, os rendimentos dos Treasuries continuam subindo. Os investidores até esperavam por uma ação do Fed para tentar conter esse movimento, mas isso não aconteceu. A saber, há muita tensão por trás disso, porque a alta dos rendimentos atrai dinheiro para os títulos, em detrimento das ações que compõem as bolsas de valores, pois eles são menos arriscados, ou seja, os papéis das bolsas tendem a cair.
Projeção de crescimento da China
Ao mesmo tempo, na China, o primeiro-ministro Li Keqiang revelou na sexta (5) que o crescimento esperado para o país asiático deve superar um pouco os 6%. Essa projeção ficou bem abaixo do nível estimado pelos economistas. Também vale ressaltar que o primeiro-ministro afirmou que os preços dos terrenos e das casas ficariam estabilizados, além de ter mostrado endurecimento contra a especulação. Isso fez as ações das empresas de construção recuarem na China.
De acordo com dados preliminares do Gabinete do Governo do Japão, o índice que mede a atividade econômica futura atingiu o maior nível em dois anos e meio. Nesse caso, a taxa passou de 97,7 em dezembro do ano passado para 99,1 em janeiro. A última vez que o nível havia ficado tão alto assim foi em setembro de 2018 (99,2).
Índices asiáticos terminam em queda nesta sexta
Diante dessa pressão exercida pelo cenário externo, com estresse envolvendo os títulos dos EUA, as bolsas asiáticas caíram nesta segunda. Em resumo, os recuos mais expressivos atingiram os seguintes índices: Shenzhen Composto, na China (-3,24%), Hang Seng, em Hong Kong (-1,92%), e Kospi, em Seul (-1,00%). Também recuaram no dia os índices Nikkei, de Tóquio (-0,42%), e Xangai Composto, também na China (-0,42%).
Por fim, o índice Taiex, em Taiwan, ficou estável, enquanto o Straits Times, em Cingapura, registrou a única subida do dia (1,90%).
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