O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos variou 0,8% em novembro deste ano na comparação com o mês anterior. A taxa ficou 0,1 ponto percentual (p.p.) abaixo da registrada em outubro (0,9%). No entanto, superou levemente as projeções de analistas, que acreditavam em um avanço de 0,7% no mês.
Com o acréscimo deste resultado, a inflação nos EUA acumulada em 12 meses passou de 6,2% em outubro para 6,8% em novembro. A saber, esse é o maior patamar do indicador desde junho de 1982, ou seja, há quase 40 anos que o país não registrava uma inflação tão elevada.
A propósito, em setembro, o valor acumulado em 12 meses estava em 5,4%. Isso indica que os consumidores seguem pagando cada vez mais caro nos EUA para adquirir itens. Em resumo, o custo de bens e serviços vem crescendo gradativamente devido às restrições envolvendo a oferta. Por isso que o índice não para de avançar.
Essa inflação no país vem sendo impulsionada, principalmente, devido aos altos preços da gasolina, de moradia e alimentos. Ao mesmo tempo, o aumento dos preços do petróleo também está ajudando a elevar a inflação no país nos últimos meses.
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou os dados na última sexta-feira (10). Ao excluir os preços de alimentos e energia, a inflação teve alta de 0,5%, ante variação de 0,6% em outubro e 0,2% em setembro. Em suma, esse indicador possui bastante importância na tomada de decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Impacto da alta da inflação na política monetária dos EUA
Em suma, a rápida recuperação da economia americana provocou alguns impactos. O principal deles é o forte descompasso entre a oferta e a demanda. Como a pandemia da Covid-19 afetou expressivamente o consumo de diversos setores no ano passado, muitos produtos e serviços elevaram os seus preços neste ano.
Além disso, os baixos juros praticados pelo Fed no país fazem os americanos consumirem cada vez mais. Ao mesmo tempo, os trilhões de dólares disponibilizados pelo governo norte-americano para ajudar as famílias do país a enfrentar a pandemia ajudou a impulsionar a inflação nos últimos tempos.
Atualmente, o Fed está reduzindo os estímulos na economia americana. A saber, o banco vem realizando recompra de títulos públicos desde o início da pandemia, na ordem de US$ 120 bilhões por mês. Em síntese, está ocorrendo uma redução de US$ 15 bilhões por mês.
No entanto, a forte elevação do índice de preços ao consumidor faz muitos analistas acreditarem que o Fed pode aumentar essa redução para que finalizar mais rapidamente os estílumos. Isso porque só após a retirada dos estímulos que o banco começará a aumentar os juros no país para tentar segurar a inflação.
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