O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu para 74,1 pontos em janeiro. O cálculo da FGV aponta uma queda de 1,4 ponto em relação ao mês anterior. O resultado indica uma piora nas expectativas das pessoas em relação à economia. Com isso, a tendência é que, quando o índice está em baixa, haja mais dificuldade para fomentar diferentes setores, principalmente o varejo.
A alta dos preços e a incerteza do ano eleitoral são alguns dos fatores que contribuíram para um índice abaixo do mês anterior. Esse é o menor patamar desde abril de 2021. Desde então, o índice chegou a bater os 82,2 pontos, mas declinou desde julho.
Índice de Confiança do Consumidor caiu
O ICC caiu ao menor patamar desde abril de 2021. Esse resultado, apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra a propensão a consumir da população brasileira em geral. Com o resultado em baixa, há um sinal ao mercado de que os produtos não essenciais devem sofrer no futuro próximo.
Isso porque o consumidor não tem confiança de que haverá uma melhora nas perspectivas econômicas. Com o atual desemprego em 12,6%, muitas pessoas desempregadas perdem o poder de compra e, com isso, evitam de fazer aquisições maiores, como eletrodomésticos e bens duráveis. Além disso, há uma crescente influência da corrida eleitoral no imaginário da população.
“A piora das expectativas com relação à situação econômica geral e às finanças familiares, no entanto, sugerem que a relativa satisfação com a situação corrente em janeiro pode ser temporária, havendo ainda muita incerteza quanto à evolução do endividamento das famílias de baixa renda. A mudança desse cenário continuará dependendo da recuperação do mercado de trabalho, controle da inflação, e redução da incerteza, num ano que se inicia com surto de Ômicron e Influenza e termina com as eleições”, disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora do estudo.
O baixo crescimento afetará o emprego
A fala de Viviane Seda Bittencourt refletem as expectativas do mercado. Ontem, 24, o Boletim Focus projetou um crescimento de 0,29% para o Brasil em 2022. Contudo, o FMI foi um pouco além, com uma previsão de 0,3%. Com essa alta irrelevante para a economia, há uma tendência de geração de menor quantidade de empregos, também refletida no ICC.
Além disso, um cenário recente de inflação alta retira o ímpeto de compra dos consumidores. Com os preços subindo 10,06% em 2021 e as expectativas de 5% nesse ano, há um temor de fazer dívidas maiores, principalmente nas famílias de mais baixa renda. Apesar disso, os consumidores de menor renda (até R$2.100) acreditam mais no país, se comparado aos consumidores de mais alta renda (acima de R$9.600). Isso porque nas famílias que ganham até R$2.100 houve uma expansão de 5,4 pontos, enquanto nas famílias de maior poder aquisitivo, o ICC caiu 3,6 pontos.
Além disso, o resultado também veio abaixo do mesmo mês no ano passado. Em janeiro de 2021, o Índice de Confiança do Consumidor ficou em 75,8. Contudo, a alta de casos do novo coronavírus, principalmente após as festas de final de ano, coloca novos temores na população.