Um dos indicadores mais polêmicos, mas com alta taxa de acerto, disse que o dólar deveria custar R$4,54 no Brasil. Anualmente, a revista The Economist lança o Índice Big Mac, que compara o preço do principal sanduíche da empresa nos diversos lugares do mundo. Segundo o último levantamento, apenas 5 países possuem moedas mais valorizadas que o dólar.
Historicamente, o Índice Big Mac tem mostrado ser bom em diversas previsões do câmbio. Contudo, o atual cenário de imprevisibilidade e medo de uma recessão econômica fazem com que esse mercado fique bagunçado. No atual cenário, o dólar deveria cair 17,5% por aqui.
Índice Big Mac mostra real desvalorizado
Segundo o levantamento do Índice Big Mac, o real está subvalorizado frente ao dólar. A notícia não surpreendeu os economistas, mas o percentual da desvalorização necessária para por os dois países em mesmo patamar ficou em percentuais surpreendentes. Isso porque o dólar deveria cair 17,5% no Brasil. Os dados levam em conta a paridade do poder de compra entre os países.
No Brasil, o preço do Big Mac é de US$4,25, em média. Na atual cotação, o preço é de R$23,37. Contudo, o preço do mesmo sanduíche lá nos Estados Unidos é de US$5,15. Dessa forma, a moeda brasileira deveria se valorizar frente ao dólar, algo que não vem acontecendo. Vale lembrar que nessa semana a moeda americana fechou em R$5,50, um dos maiores patamares de preço do ano. Há alguns meses, a moeda americana chegou a ser negociada abaixo dos R$5,00.
O Índice Big Mac mostra também que a zona do euro também passa por problemas. Isso porque o estudo mostrou que a moeda europeia está 8% desvalorizada frente ao real. Historicamente, o preço do euro é maior que o preço do dólar, justamente pela força e pelo grande uso da moeda europeia.
Isso quer dizer que o dólar vai cair?
Apesar de a pesquisa mostrar que a moeda brasileira deveria valer mais e, por consequência o dólar deveria cair, isso não é um fato certo. Isso porque o mercado de câmbio é dinâmico e pautado pelas expectativas dos investidores em relação aos países envolvidos. Por isso, o Índice Big Mac é um indicador, não uma fonte de certeza para os movimentos do câmbio.
De qualquer forma, analistas explicam que o Índice Big Mac faz sentido. Isso porque é um produto que existe no mundo todo e sofre com a variação do poder de compra. Além disso, em sua composição o sanduíche possui salada e carnes, que são atividades agropecuárias, muito presentes no mundo atualmente, principalmente no Brasil e nos Estados Unidos. Ou seja, o sanduíche possui uma indústria enorme por trás dele, o que faz dar certa credibilidade às previsões.
Por outro lado, especialistas dizem que investidores não devem se guiar pelas previsões do Índice Big Mac, dado que ele é um levantamento temporal e não é atualizado diariamente. De qualquer forma, na atual cotação, investidores poderiam ganhar dinheiro apostando contra o dólar, caso o índice acerte nessa previsão.