O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta terça-feira (23) o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina. A saber, o índice despencou 20,8 pontos entre o terceiro e o quarto trimestres deste ano, passando de 101,4 pontos para 80,6 pontos.
O recuo interrompe a recuperação do indicador, que vinha registrando dados positivos desde o segundo trimestre de 2020. Com o acréscimo desse resultado, o indicador saiu da zona favorável do ciclo econômico e voltou a ficar abaixo dos 100 pontos.
De acordo com o Ibre, o ICE é formado pelo Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE). “O clima econômico da América Latina piorou e passou para a zona de avaliação desfavorável liderado pela piora das expectativas que se aproximaram da zona limite entre avaliações favoráveis e desfavoráveis”, explicou o instituto.
A saber, o ISA registrou uma leve queda de 59,1 pontos no terceiro trimestre para 58,0 pontos no quarto. Com isso, o indicador continua em um nível considerado bastante baixo. Aliás, o ISA está abaixo dos 100 pontos desde julho de 2012, permanecendo na zona desfavorável desde então.
Em contrapartida, o IE se encontra na zona favorável do ciclo econômico desde julho de 2016, com exceção do segundo trimestre de 2020, ápice da pandemia da Covid-19 no mundo. Na passagem entre o terceiro e o quarto trimestres deste ano, o indicador despencou de 150,6 pontos para 105,1 pontos, mas ainda permanece na zona favorável.
Veja mais detalhes do levantamento do Ibre
O Ibre analisa o clima econômico nas dez maiores economias da América Latina. Em suma, o ICE subiu em cinco países no período: Equador (+34,7 pontos), Uruguai (+33,2 pontos), Colômbia (+33,2 pontos), Bolívia (+13,4 pontos) e Paraguai (+7,2 pontos).
Em contrapartida, os outros cinco países pesquisados tiveram recuos na passagem entre os trimestres. O maior tombo veio do Brasil (-55,1 pontos), que puxou o ICE para baixo. As outras quedas foram de: Argentina (-25,0 pontos), Chile (-24,3 pontos), Peru (-20,8 pontos) e México (-8,4 pontos).
Após estes resultados, apenas quatro países se mantiveram na zona favorável: Colômbia (137,6 pontos), Paraguai (133,3 pontos), Uruguai (119,7 pontos) e Equador (117,5 pontos). Por outro lado, os resultados mais fracos são os da Argentina (37,2 pontos) e do Brasil (63,4 pontos).
Por fim, o levantamento também trouxe previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) dos países. A saber, os maiores avanços devem ser registrados no Chile (+10,3%) e no Peru (10,2%), enquanto as menores previsões são para Equador (+2,4%) e Uruguai (+2,8%). Já o PIB da América Latina deve crescer 6,0% em 2021 .
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