O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta terça-feira (24) o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina. A saber, o índice avançou pelo quinto trimestre seguido, de 81,2 pontos para 99,7 pontos, maior nível desde o primeiro trimestre de 2018 (101,5 pontos).
Embora ainda esteja na zona desfavorável do ciclo econômico, abaixo dos 100 pontos, o indicador está mais próximo do que nunca de ultrapassar essa marca. A propósito, o avanço aconteceu na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano. E, apesar do crescimento, muitos países da América Latina continuam sofrendo com os impactos provocados pela pandemia da Covid-19.
De acordo com o Ibre, o ICE é formado pelo Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE). “Os especialistas estão otimistas com as perspectivas econômicas da região no segundo semestre, mas seguem na linha de avaliações desfavoráveis em relação à situação atual que marcaram os nove últimos anos”, explicou o instituto.
Em resumo, o ICE da América Latina subiu graças à disparada de 30,9 pontos do ISA, que passou de 28,2 para 59,1. Mesmo com a forte alta, o indicador continua em nível historicamente baixo, segundo a FGV. Na verdade, o ISA está abaixo dos 100 pontos desde o terceiro trimestre de 2012.
Em contrapartida, o IE se encontra na zona favorável do ciclo econômico desde julho de 2016, com exceção do segundo trimestre de 2020, ápice da pandemia da Covid-19 no mundo. Nesta atualização, o indicador caiu de 156,0 pontos para 150,6 pontos.
Veja mais detalhes do levantamento da FGV
O Ibre analisa o clima econômico nas dez maiores economias da América Latina. Em suma, os quatro maiores avanços do ICE entre o segundo e o terceiro trimestres ficaram com: Brasil (34,3 pontos), Equador (26,2 pontos), Paraguai (25,1 pontos) e Peru (21,1 pontos).
Na sequência, ficaram: Uruguai (18,9 pontos), México (11,1 pontos), Argentina (10,5 pontos), Chile (9,7 pontos), Colômbia (9,1 pontos) e Bolívia (3,3 pontos). Com estes avanços, o ranking continuou liderado por Paraguai (125,1 pontos), seguido por Brasil (116,5 pontos), Chile (104,1 pontos), Peru (102,0 pontos) e Colômbia (101,1 pontos).
Já os outros cinco países continuam na zona desfavorável do ciclo econômico: México (92,4 pontos), Uruguai (79,2 pontos), Equador (77,9 pontos), Bolívia (73,2 pontos) e Argentina (60,3 pontos).
Por fim, o levantamento também trouxe previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) dos países. Chile (6,1% para 8,0%) e Brasil (3,0% para 4,9%) tiveram as maiores revisões positivas. Por outro lado, o Paraguai (3,9% para 3,4%) foi o único a registrar queda na previsão, enquanto o Uruguai manteve estabilidade. Com isso, a projeção para o PIB da América Latina em 2021 cresceu de 4,3% para 5,4% em 2021.
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