O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) recuou 0,2 ponto em janeiro deste ano, na comparação com o mês anterior. A saber, esse foi o quarto recuo consecutivo do indicador, após o salto de quase 15 pontos em setembro.
Com o acréscimo do resultado, o indicador caiu para 122,1 pontos. Aliás, mesmo com os recentes recuos, o IIE-Br permanece acima do nível registrado em fevereiro de 2020 (115,1 pontos), último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19.
Por outro lado, vale destacar que, apesar de o indicador estar elevado, seu nível segue muito distante da máxima histórica, de 210,5 pontos, alcançada em abril de 2020. Em resumo, a disparada aconteceu por causa da crise sanitária, que trouxe muitas incertezas para todo o planeta.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (31).
“O resultado de janeiro pode ser considerado como uma acomodação do indicador em patamar elevado, contabilizando as incertezas já conhecidas em torno da atividade econômica, do cenário político e da pandemia, agora renovadas com a variante Ômicron”, disse a economista da FGV, Anna Carolina Gouveia.
“A ligeira queda do IIE-Br foi motivada inteiramente pela redução da dispersão nas previsões de especialistas para variáveis econômicas brasileiras. Caminhando em sentido oposto, o componente de Mídia registrou alta, influenciado por ruídos, como o avanço da nova variante do coronavírus no país e inflação”, acrescentou a economista.
“Para os próximos meses o Indicador de Incerteza deverá permanecer em patamar elevado, dado o cenário econômico e sanitário”, afirmou Anna Gouveia.
Componentes de mídia e expectativa têm sentidos opostos no mês
De acordo com a FGV, os dois componentes do IIE-Br seguiram direções opostas em janeiro. Em suma, o componente de mídia subiu 1,3 pontos, para 118,9 pontos. Assim, contribuiu de maneira positiva em 1,1 ponto para a variação do IIE-Br no mês.
Já o componente de expectativas caiu 6,0 pontos em janeiro, para 125,8 pontos. O componente contribuiu com 1,3 ponto para o recuo do IIE-Br no mês. Em síntese, este componente mede a dispersão das previsões para os próximos 12 meses.
Por fim, vale dizer que a média do IIE-Br entre 2015 e 2019 ficou em 115 pontos. Assim, o nível do indicador em janeiro deste ano, apesar dos recentes recuos, segue acima da média dos últimos anos. Além disso, mostra que o país continua preocupado com o avanço da pandemia.
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