O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) recuou 0,9 ponto em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. A saber, esse foi o quinto recuo consecutivo do indicador, após o salto de quase 15 pontos em setembro do ano passado.
Com o acréscimo do resultado, o indicador caiu para 121,2 pontos. Aliás, mesmo com os recentes recuos, o IIE-Br permanece acima do nível registrado em fevereiro de 2020 (115,1 pontos), último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19.
Por outro lado, vale destacar que, apesar de o indicador estar elevado, seu nível segue muito distante da máxima histórica, de 210,5 pontos, alcançada em abril de 2020. Em resumo, a disparada aconteceu por causa da crise sanitária, que trouxe muitas incertezas para todo o planeta.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (4).
“A queda do nível de incerteza no início de 2022 tem respaldo no maior controle do quadro pandêmico ainda que o cenário econômico continue desafiador. O resultado, pela segunda vez consecutiva, foi inteiramente motivado pela redução da dispersão nas previsões de especialistas para as variáveis econômicas brasileiras”, explicou a economista da FGV, Anna Carolina Gouveia.
“O componente de Mídia ficou estável no mês e já contabiliza, no fim do período, algum ruído de incerteza da guerra entre Ucrânia e Rússia. Para os próximos meses é possível que essa tendência de queda seja revertida e o indicador volte a subir, a depender do desenrolar das tensões geopolíticas e seus impactos sobre a economia global”, acrescentou a economista.
Indicador de incerteza recua devido ao componente de expectativas
De acordo com a FGV, os dois componentes do IIE-Br não seguiram a mesma direção em fevereiro. Em suma, o componente de mídia ficou estável em 118,9 pontos, mesma pontuação de janeiro. Assim, não impactou a variação do IIE-Br no mês.
Já o componente de expectativas caiu 4,2 pontos em fevereiro, para 121,6 pontos. O componente foi responsável pelo recuo do IIE-Br no mês, de 0,9 ponto. Em síntese, este componente mede a dispersão das previsões para os próximos 12 meses.
Por fim, vale dizer que a média do IIE-Br entre 2015 e 2019 ficou em 115 pontos. Assim, o nível do indicador em janeiro deste ano, apesar dos recentes recuos, segue acima da média dos últimos anos.
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