O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) despencou 4,1 pontos em novembro deste ano na comparação com o mês anterior. Esse resultado sucede a leve variação de 0,1 ponto registrada em outubro, que já acendia o sinal de alerta. Aliás, com o acréscimo do resultado de novembro, o índice caiu para 83,0 pontos.
A saber, o indicador ficou ainda mais distante do patamar de fevereiro do ano passado (92,0 pontos), último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19. Vale lembrar que a crise sanitária impactou negativamente diversos setores econômicos e provocou a perda de milhões de empregos em todo o planeta.
Com o resultado de novembro, o indicador intensificou sua queda em médias móveis trimestrais (-2,4 pontos), para 85,7 pontos. A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela pesquisa, divulgou os dados nesta segunda-feira (6).
“O IAEmp voltou a cair em novembro sugerindo que a recuperação do mercado de trabalho vem perdendo força. A desaceleração da economia parece contribuir para a queda do indicador, que nesse mês foi disseminada em todas as partes que o compõe”, explicou o economista da FGV, Rodolpho Tobler.
“A expectativa para os próximos meses parece não ser muito positiva, considerando que inclusive o setor de serviços, que vinha puxando a recuperação do emprego, começa a perder fôlego. Apesar do avanço da vacinação, o ambiente macroeconômico mais frágil tem deixado os empresários cautelosos, o que limita a retomada do emprego“, acrescentou Tobler.
Todos os sete componentes do indicador caem em novembro
De acordo com os dados, todos os sete componentes do IAEmp encerraram novembro em queda. O destaque desta atualização ficou novamente com o setor de serviços, cujos três componentes caíram no mês: situação atual dos negócios (-1,0 ponto), tendência dos negócios (-0,2 ponto) e emprego previsto (-0,1 ponto).
Da mesma forma, os três componentes do setor da indústria também registraram quedas no mês. A maior delas veio de emprego previsto (-1,0 ponto), seguido por situação atual dos negócios (-0,9 ponto) e tendência dos negócios da indústria de transformação (-0,5 ponto). Já o indicador de emprego local futuro, da sondagem do consumidor, recuou 0,2 ponto em novembro.
Por fim, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) se baseia em dados das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. Em suma, ele pode antecipar as direções tomadas pelo mercado de trabalho no Brasil, possuindo relação positiva com o nível de emprego do país.
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