O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) variou 0,1 ponto em outubro deste ano, na comparação com o mês anterior. Esse resultado sucede uma queda de 3,1 pontos registrada em setembro, que interrompeu cinco avanços consecutivos do indicador. Aliás, o resultado de outubro fez o índice subir para 87,1 pontos.
A saber, o indicador continua distante do patamar de fevereiro do ano passado (92,0 pontos), último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19. Vale lembrar que a crise sanitária impactou negativamente diversos setores econômicos e provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo.
Com o resultado de outubro, o indicador acabou caindo em médias móveis trimestrais (-0,7 ponto), para 88,1 pontos. A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela pesquisa, divulgou os dados nesta quinta-feira (11).
“O IAEmp ficou relativamente estável no mês de outubro e liga o sinal de alerta sobre o ritmo de recuperação do mercado de trabalho. A desaceleração da atividade econômica parece pesar na evolução do indicador, que ainda se encontra abaixo do nível pré pandemia”, explicou o economista da FGV, Rodolpho Tobler.
“Para os próximos meses, o cenário ainda é de continuidade da retomada do mercado de trabalho, mas em ritmo gradual e sendo mais intensa no setor de serviços, que sofreu mais ao longo da pandemia e que possui expectativas mais favoráveis para o final do ano. No médio e longo prazo, o cenário é incerto, dependendo de uma recuperação mais robusta da atividade econômica“, acrescentou Tobler.
Quatro dos sete componentes do indicador sobem em outubro
De acordo com os dados, quatro dos sete componentes do IAEmp tiveram alta em outubro, puxando-o para cima. O destaque desta atualização ficou com o setor de serviços, cujos três componentes subiram no mês: situação atual dos negócios (+0,4 ponto), emprego previsto (+0,2 ponto) e tendência dos negócios (+0,1 ponto).
Contudo, a maior alta veio do componente emprego local futuro, da sondagem do consumidor, que avançou 0,7 ponto.
Assim, os outros três componentes caíram em outubro, todos da indústria. Tendência dos negócios da indústria de transformação despencou 1,1 ponto, enquanto a situação atual dos negócios caiu 0,2 ponto e o emprego previsto recuou 0,1 ponto.
Por fim, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) se baseia em dados das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. Em suma, ele pode antecipar as direções tomadas pelo mercado de trabalho no Brasil, possuindo relação positiva com o nível de emprego do país.
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