O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta quinta-feira (23) o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina. A saber, o índice caiu 1,6 ponto entre o quarto trimestres de 2021 e o primeiro de 2022, passando de 80,6 pontos para 79,0 pontos.
O recuo sucede o tombo de 20,8 pontos registrado no último trimestre de 2021. Embora a queda tenha sido bem menor que a anterior, o indicador ficou ainda mais longe da zona favorável do ciclo econômico, acima dos 100 pontos.
De acordo com o FGV Ibre, o ICE é formado pelo Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE). “A piora nas condições macroeconômicas internas e no ambiente político foram alguns dos principais fatores citados para as previsões mais fracas neste trimestre”, explicou a entidade.
A saber, o ISA caiu 5,7 pontos no quarto trimestre, para 52,3 pontos. Com isso, o indicador afundou ainda mais e permanece em um nível considerado muito baixo. Aliás, o ISA está abaixo dos 100 pontos desde julho de 2012, ou seja, continua na zona desfavorável desde então.
Em contrapartida, o IE se encontra na zona favorável do ciclo econômico desde julho de 2016, com exceção do segundo trimestre de 2020, ápice da pandemia da Covid-19 no mundo. Na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre deste ano, o indicador subiu de 105,1 pontos para 108,6 pontos, isso quer dizer que continua na zona favorável.
Veja mais detalhes do levantamento do FGV Ibre
O Ibre analisa o clima econômico nas dez maiores economias da América Latina. Em suma, o ICE subiu em apenas dois países no primeiro trimestre deste ano: Argentina (+29,8 pontos) e Uruguai (+15,7 pontos).
Por outro lado, os oito países restantes tiveram recuos na passagem entre os trimestres. O maior tombo veio da Colômbia, cuja taxa caiu 28,2 pontos. Em seguida, ficaram Equador (-23,8 pontos), Paraguai (-19,7 pontos), Bolívia (-15,9 pontos), Chile (-8,4 pontos), México (-4,1 pontos), Peru (-3,2 pontos) e Brasil (-2,8 pontos).
Após estes resultados, apenas três países se mantiveram na zona favorável: Uruguai (135,4 pontos), Paraguai (113,6 pontos) e Colômbia (109,4 pontos). Os outros sete países estão com taxas abaixo de 100 pontos: Equador (93,7 pontos), México (81,3 pontos), Peru (78,4 pontos), Chile (71,7 pontos), Bolívia (71,4 pontos) e Argentina (67,0 pontos).
A saber, o pior resultado é o do Brasil, cujo clima econômico alcançou apenas 60,6 pontos no primeiro trimestre deste ano.
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