O jornalista Otávio Guedes, do canal “Globo News”, revelou nesta sexta-feira (07) que o ex-corregedor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wendel Benevides Matos, escondeu da Controladoria-Geral da União (CGU) 23 denúncias que envolviam seu chefe, o ex-diretor-geral da corporação Silvinei Vasques. De acordo com a lei, a pessoa de nível hierárquico menor deve comunicar à CGU sobre as possíveis infrações de seu superior, algo que não foi feito por Wendel Matos.
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O ex-corregedor da PRF foi indicado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e tinha mandato até novembro deste ano, mas acabou saindo nesta semana após ter sido exonerado pela atual direção da corporação. Enquanto esteve no cargo, Wendel Matos teria protegido Silvinei Vasques, acusado de ter sido o “braço operacional” do maior escândalo das eleições de 2022, que foi a tentativa de tumultuar o pleito. Isso, realizando blitz contra carros e ônibus que estampavam adesivos da campanha do até então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente no Nordeste, onde o petista teve o maior número de eleitores.
Segundo o jornalista da “Globo News”, a direção da PRF pediu a exoneração de Wendel Matos após ter constatado “indícios de distorções técnicas, parcialidade, interferência e uso não isonômico das ferramentas de correição pelo atual Corregedor Geral”. Ainda conforme o comunicador, ficou constatado que o ex-corregedor usava dois pesos e duas medidas ao investigar manifestações político-partidárias de policiais.
Dessa forma, quando servidores declaravam apoio a candidatos de esquerda, os processos disciplinares eram instaurados rapidamente. Todavia, quando os servidores relatavam apoio à direita e faziam manifestações em redes sociais de apoio Bolsonaro e seus aliados, os processos andavam mais devagar. Isso, quando andavam.
O ex-corregedor também é suspeito de parcialidade na investigação que teve como foco apurar a omissão de policiais nos bloqueios das rodovias federais que ocorreram logo após o anúncio da vitória de Lula. Na ocasião, ele deu uma entrevista coletiva afirmando que a PRF não constatou “nenhuma ordem” dada no sentido de que servidores não deixassem de cumprir o seu papel.
“Até agora, a Corregedoria-Geral da União não sabe de onde ele tirou essa conclusão, já que não houve qualquer procedimento de apuração”, informou o jornalista. Até o momento, o ex-corregedor da PRF não se pronunciou sobre as acusações e sobre as investigações que envolvem seu nome.
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