O economista Gabriel Galípolo assumiu o cargo de presidente do conselho de administração do Banco do Brasil nesta sexta-feira, 12. Há poucos dias, ele ganhou indicação para um dos cargos na diretoria de política monetária no Banco Central. Segundo o Estadão, o cargo no BB era esperado desde janeiro, diferentemente do cargo no BC, que foi uma decisão mais recente da presidência.
Contudo, o economista não poderá ocupar os dois cargos ao mesmo tempo. Por isso, especialistas dizem que Galípolo deve seguir no BB até que a apreciação do cargo no Senado aprove o nome para o Banco Central.
Galípolo ficará no Banco do Brasil
O economista Gabriel Galípolo deve ficar na presidência do conselho de administração do Banco do Brasil. A nomeação, que historicamente fica com o segundo maior cargo do Ministério da Fazenda, já era esperado pelo mercado financeiro. O banco estatal é um grande agente econômico do país, em especial no que se refere a créditos subsidiados a diversos setores da economia.
Desde a transição, Galípolo foi um grande articulador de conversas entre o novo governo e agentes importantes do mercado. Além disso, é um economista heterodoxo, uma vertente contrária ao que pregava o antigo ministro da Economia, Paulo Guedes. Além disso, o economista foi o braço direito de Lula e, antes do atual cargo, ocupou a cadeira de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o segundo maior da pasta, que é liderada por Haddad.
Para economistas, os impactos de uma chegada de Galípolo no Banco do Brasil preocupam menos que uma possível chegada ao Banco Central. Isso porque a instituição tem regras que definem diversos processos internos, enquanto um cargo no BC poderia aumentar a influência do Executivo na política monetária do país. Contudo, espera-se que Galípolo vá ao Banco Central.
Economista deve ir para o Banco Central
Apesar da nomeação ao Banco do Brasil, Galípolo deve deixar o cargo e ir para a diretoria de política monetária do Banco Central. Isso porque há o desejo de Lula de que aumente-se a influência do Executivo na autarquia.
Contudo, para que isso aconteça, o nome de Galípolo precisa passar por aprovação no Senado, o que ainda não tem data definida. Dessa forma, o economista pode, atualmente, ocupar o cargo no BB. Contudo, segundo a Lei das Estatais, ele não pode atuar nos dois cargos, dado que o Banco Central comanda as atividades dos bancos brasileiros, incluindo o BB.
Além disso, Haddad disse, em viagem ao Japão, que não discutiu com Galípolo um cargo de presidente do Banco Central. A nomeação para o novo chefe do BC acontecerá em 2024.