A indiana Jivunben Rabari se tornou mãe aos 70 anos de idade após se submeter ao procedimento de fertilização in vitro. Embora a mulher alegue não ter documentos capazes de provar a idade, a aparência não nega a faixa etária avançada.
Os médicos que atenderam o casal afirmam que este é um dos casos mais raros que já presenciaram. Rabari e o marido, Maldhari, de 75 anos, estão casados há 45 anos e há décadas tentam conceber um filho, mas até então não haviam conseguido, pelo menos, não sozinhos.
A fertilização in vitro foi o meio que o casal encontrou de iniciar uma gestação após a indiana entrar na tão temida menopausa para as mulheres. Um dos médicos do casal, Naresh Bhaushali, afirmou que não acreditava que o casal fosse conseguir diante da idade tão avançada, inclusive informou isso aos dois.
“Eles disseram que muitos de seus familiares fizeram isso também. Este é um dos casos mais raros que já vi”, contou Bhanushali. Para uma mulher, iniciar uma gravidez aos 70 anos de idade é praticamente impossível. Contudo, com os métodos científicos desenvolvidos as chances não são nulas.
Neste caso de fertilização in vitro, os médicos usaram os óvulos de uma mulher mais nova fertilizados fora do corpo humano. Vale lembrar que este não é um caso único. Há dois anos, outra indiana, Erramati Mangayamma deu à luz a duas gêmeas aos 74 anos de idade. Até hoje, ela é considerada a mulher mais velha a realizar um parto que também foi gerado pelo mesmo método.
Quando uma mulher com idade mais avançada deseja engravidar, normalmente utiliza-se um óvulo doado por uma mulher mais jovem que é fertilizado fora do corpo conforme mencionado. Logo em seguida, o embrião é colocado dentro do útero na esperança de que a gestação seja iniciada. Vale mencionar que não há nenhuma garantia de que o procedimento seja bem sucedido em todos os casos.
Embora as condições de saúde da população tenham melhorado no geral, as chances de engravidar continuam sendo mínimas se tratando de mulheres com uma certa idade. Normalmente as chances caem dos 40 anos em diante. Com o passar do tempo, o corpo da mulher tende a priorizar os óvulos em melhores condições de fecundação e desenvolvimento, do que aqueles utilizados durante a juventude.
De acordo com o obstetra, Eduardo Motta, a probabilidade de inconstâncias na divisão celular do embrião também cresce junto com a idade da mulher. O especialista em reprodução humana explicou que o Conselho Federal de Medicina permite, mas não recomenda tratamentos para gravidez em mulheres com mais de 50 anos de idade.
Além da fertilidade reduzida, a gravidez tardia está vinculada a riscos de desenvolvimento de hipertensão, diabetes ou outra doença preexistente que a mulher pode não ter conhecimento. “A idade e a gestação podem ser consideradas sobrepesos para a saúde da mulher, mas ela só desenvolverá doenças para as quais já tinha predisposição. Uma mulher em boas condições de saúde e com acompanhamento médico pode ter uma gravidez tardia sem intercorrências”, explicou o obstetra.