O número de inadimplentes no Brasil bateu recorde em abril, segundo a Serasa Experian. A saber, o país tinha 66.132.670 pessoas com o nome sujo ao final do quarto mês de 2022. Esse é o maior patamar de inadimplência já registrado pela série histórica, que teve início em 2016.
Desde o início deste ano, mais de dois milhões de brasileiros passaram a integrar o grupo de inadimplentes do país. Com isso, o número de pessoas com dívidas atrasadas superou a fase mais aguda da pandemia da covid-19, em abril de 2020. À época, a inadimplência havia atingido 65,9 milhões de brasileiros.
Aliás, a pandemia da Covid-19 fez os brasileiros se afundarem em dívidas. Embora o quadro sanitário esteja bem melhor devido às vacinas, os impactos financeiros e econômicos da pandemia continuam afetando a população.
Em resumo, a inflação elevada está reduzindo o consumo da população. Inclusive, o aumento dos preços de bens e serviços continua acontecendo, apesar de o Banco Central (BC) já ter elevado 11 vezes consecutivas a taxa básica de juro no país. Em meio a tudo isso, a população sofre com a redução da renda e o crescimento da inadimplência.
Inadimplência cresce pelo quinto mês consecutivo
O levantamento revelou que o valor total das dívidas dos negativados do Brasil chegou a R$ 271,6 bilhões em abril, alta de 2,1% em um mês.
“Sabemos que a instabilidade econômica do país vem afetando grande parte da população. No entanto, algumas ferramentas como o saque extraordinário do FGTS e a antecipação do pagamento do 13º salário para aposentados podem e devem ser utilizadas para reorganizar as finanças pessoais, amenizar dívidas e tentar tirar o nome do vermelho”, disse Luiz Rabi, economista da Serasa.
De acordo com o levantamento, 28,1% das dívidas atrasadas são referentes a cartões de crédito e bancos. Em segundo lugar, estão as dívidas com contas domésticas (água, luz e gás), que respondem por 22,9% do total.
Fechando o top três ficam os débitos com o setor de financeiras, que teve um forte aumento na participação de inadimplência, passando de 9,6% para 12,4%.
“As financeiras costumam oferecer crédito para perfis de risco, como os de consumidores inadimplentes. Por isso, quanto mais instável ficar o cenário econômico, mais a inadimplência desse setor tende a crescer”, explicou Rabi.
Por fim, o levantamento ainda revelou que as principais faixas etárias de inadimplentes do Brasil são a dos 26 aos 40 anos (35,2%) e a dos 41 aos 60 anos (34,8%).
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