O número de inadimplentes no Brasil bateu um novo recorde em setembro, segundo a Serasa Experian. A saber, o país tinha 68,39 milhões pessoas com o nome sujo ao final do nono mês de 2022. Esse é o maior patamar de inadimplência já registrado pela série histórica, que teve início em 2016.
Apenas em 2022, cerca de 4,3 milhões de brasileiros passaram a integrar o grupo de inadimplentes do país. Aliás, o número de pessoas com dívidas atrasadas está bem maior que a fase mais aguda da pandemia da covid-19, em abril de 2020. À época, a inadimplência havia atingido 65,9 milhões de brasileiros.
Em resumo, a pandemia da covid-19 fez os brasileiros se afundarem em dívidas. Embora o quadro sanitário esteja bem melhor devido às vacinas, os impactos financeiros e econômicos da pandemia continuam afetando significativamente a população.
A inflação elevada está limitando os hábitos de consumo da população. Ao mesmo tempo, os juros no Brasil seguem no maior patamar desde novembro de 2016. Em meio a tudo isso, a população sofre com a redução da renda, que faz o número de inadimplentes avançar no país.
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Inadimplência cresce pelo nono mês consecutivo
O levantamento revelou que setembro foi o nono mês consecutivo de crescimento da inadimplência no país, ou seja, todos os meses de 2022 registraram aumento do número de pessoas que têm conta ou dívida atrasada.
Veja os números de inadimplentes no país em todos os meses deste ano:
- Janeiro: 64,8 milhões;
- Fevereiro: 65,2 milhões;
- Março: 65,7 milhões;
- Abril: 66,1 milhões;
- Maio: 66,6 milhões;
- Junho: 66,8 milhões;
- Julho: 67,6 milhões;
- Agosto: 67,97 milhões;
- Setembro: 68,39 milhões.
De acordo com o levantamento, o desemprego foi citado por 29% das pessoas como o principal motivo do endividamento neste ano. No ano passado, a taxa estava em 30%, ou seja, houve uma leve redução, mas o percentual continua elevado.
Por fim, a Serasa revelou que o cartão de crédito seguiu como o principal motor das dívidas entre os consumidores com contas atrasadas. “Em linha com o ano anterior, as dívidas de cartão de crédito impactam 53% dos brasileiros endividados”, destaca a pesquisa.
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