Em declaração realizada durante entrevista concedida à rádio CBN nesta sexta-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a faixa de isenção do Imposto de Renda pode chegar a R$4 mil em 2025. No entanto, para chegar neste valor, é necessário que a reforma tributária seja aprovada. Segundo o ministro, implementar a faixa de isenção no Imposto de Renda de até R$5 mil, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é um “desafio grande”.
“Para chegar a R$3 mil de isenção, estava mais ou menos na mão. Para além disso, vai exigir um esforço que nós temos para superar. Eu não tenho a resposta para chegar em R$5 mil. Eu tenho a resposta para continuar avançando. Acho que é possível chegar a R$4 mil em 2025”, afirmou o ministro, ao comentar sobre a possibilidade do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda.
Recentemente, o governo ampliou a faixa de isenção de R$1,9 mil para R$2,6 mil. Para viabilizar a mudança, na prática, a faixa foi elevada para R$2.112, mas haverá um desconto de R$528 na fonte. Com isso, brasileiros que ganham até dois salários mínimos passaram, a partir deste mês de maio, a ficar isentos de tributação de IR na fonte. O objetivo é chegar aos R$5 mil de isenção até o fim do governo Lula.
Receita Federal vem estudando impacto de isenção de R$5 mil no Imposto de Renda
Segundo Fernando Haddad (PT), a Receita Federal vem trabalhando nos cálculos relacionados ao impacto que a isenção de R$5 mil no Imposto de Renda teria nos cofres do governo. O impacto nas contas do governo é um dos motivos pelo qual é necessária a aprovação da Reforma Tributária, visando aumentar a arrecadação do governo por outras formas.
“Cai pela metade o valor que você vai ter que dispender para chegar nesse patamar. Temos tempo e temos alguma folga, mas chegar nesse patamar é muito desafiador”, disse Haddad. “Tempos até o quarto ano de mandato, é uma determinação presidencial, estamos lá para viabilizar”, completou o ministro, comentando sobre o Imposto de Renda.
Ainda, durante a entrevista, Haddad também afirmou que acredita na aprovação do arcabouço fiscal no Congresso. Segundo ele, a aprovação é mérito do próprio parlamento. “Quem viabilizou a transição (do governo) foi o Congresso. O Bolsonaro sumiu, o Guedes sumiu. Todo mundo sumiu, não tinha com quem conversar”, disse o ministro.
Segundo Haddad, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), conseguem fazer a separação de assuntos de governo e de Estado, facilitando o cumprimento das agendas que são relevantes para o País e, devido a isso, as discussões sobre o arcabouço fiscal e a reforma tributária atingiram um nível de maturidade importante no Congresso. Além disso, ele também citou as medidas que dão suporte ao arcabouço, como as mudanças no PIS/Cofins, também aprovadas pela Câmara.
“Eu tenho para mim que os dois presidentes estão separando o que é assunto de governo e o que é assunto de Estado. Eu penso que a maturidade tem sido muito grande. Eles estão alcançando um patamar condizente às necessidades do país”, disse Fernando Haddad, em entrevista concedida.