Uma pesquisa feita pelo Serasa com o objetivo de investigar a intenção de uso do pagamento do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) envolvendo os pagadores de impostos, apontou que 30% dos respondentes pretendem utilizar a restituição do Imposto de Renda para realizar a negociação de dívidas. O levantamento foi feito ouvindo 1224 pessoas entre 23 e 29 de maio deste ano.
Nesse sentido, 23% dos contribuintes pretendem utilizar a restituição do Imposto de Renda para investir, já 17% pretendem utilizar o valor para limpar o nome e recuperar o acesso ao crédito. Quando a pesquisa faz um recorte entre os brasileiros acima de 60 anos, o volume de quem pretende pagar dívidas é ainda maior, 4 a cada 10 brasileiros.
É importante lembrar que nem todos os pagadores de impostos recebem a restituição, isso somente acontece quando a Receita Federal identifica que o contribuinte pagou mais impostos do que deveria. Sendo assim, caso a análise beneficie o contribuinte, ele passa a ser credor e tem o direito de receber parte da contribuição paga de volta.
O primeiro lote da restituição do Imposto de Renda foi pago no dia 31 de maio. Ao todo, são cinco lotes, sendo o próximo pago no dia 30 de junho. Ao todo, serão pagos R$7,5 bilhões a 4,1 milhões de pessoas. O volume de pagamento é o maior da história, segundo a Receita Federal.
Utilizar a restituição do Imposto de Renda para pagar dívidas é o mais recomendado
De acordo com Camila Cruz, a utilização da restituição do Imposto de Renda para o pagamento de dívidas é o mais recomendado para aqueles contribuintes que estão em situação de inadimplência. “A melhor recomendação para utilizar valores que ocorrem uma vez por ano, como a restituição do IR ou o 13º salário, por exemplo, no caso de quem possui débitos pendentes, é sempre quitá-los”, disse Camila
Para aqueles consumidores que possuem mais de uma dívida, a especialista orienta escolher os vencimentos que se encontram mais próximos do afim, buscando evitar a negativação. “É importante planejar o quanto é possível pagar, por isso, começar pelas dívidas de valor mais baixo e tentar renegociar as de valor mais alto com parcelas que caibam no bolso é um caminho adequado”, disse.
Fraudes com restituição vem ocorrendo com frequência
A especialista apontou que é necessário que o consumidor esteja atento para evitar fraudes, verificando a procedência do local onde está realizando a renegociação. “Reforçamos sempre que a Serasa não entra em contato com o consumidor diretamente. Para consultar os acordos disponíveis, basta acessar os canais oficias da empresa”.
Segundo Aline Sanches, gerente do Serasa, o grupo mais vulnerável com a aplicação de golpes sobre a restituição do Imposto de Renda são os idosos, dado que estão mais suscetíveis a fraudes no ambiente digital. “Os criminosos tentam se passar por representantes das empresas credoras, oferecendo acordos fictícios e descontos apelativos em abordagens via e-mail, mensagens de celular e redes sociais”, disse Aline Sanches.